Sempre digo aos meus pacientes: ’’A doença nos
reconcilia com Deus’’. É verdade! Alguns de nós só dão valor à saúde, quando a
doença chega como uma dor de dente, devagar, incomodando e com o tempo tirando
o nosso chão. Mas, na verdade, ela já vinha ‘’mostrando sinal’’. Porém aquela frase:
’’Não é nada, amanhã resolvo’’, era quase sempre dita.
Ser doente é diferente de
estar doente. Você sabia? Aquele que diz: ’’Eu sou doente’’ já assinou
literalmente seu atestado de doença permanente. Entretanto, aquele que diz ‘’eu
estou doente’’, tem a doença, ou melhor, o adoecer, como condição no momento.
Confesso que, não gosto de
ouvir frases como: ’’Eu vivo doente’’ ou ‘’Eu não tenho mais saúde na vida’’. Sabe
por quê? Porque, não é verdade.
Na maioria das vezes, a
pessoa tratou os sintomas da doença e não a causa da doença. Como assim? Vamos
lá...Recentemente ouvi de uma acompanhante: ’’Ela têm depressão. Só que não faz
tratamento. Por isso está doente’’.
Eu perguntei, à paciente o
que ela sentia, tendo a mesma respondendo: ‘’Vivo cansada, sem vontade de
comer, não gosto de sair, fico desanimada’’.
Ok! "Mas: ‘’O que
aconteceu na sua vida que ainda causa tanta tristeza? ’’Fiz essa pergunta porque,
ela estava internada com o diagnostico de AVC (acidente vascular cerebral),
sendo esse o segundo e devido à sua condição na enfermaria: apatia, não se
relacionando com outras pacientes, entristecida e, o principal, suas ‘’falas’’
eram sempre com olhar cabisbaixo e sem fala de retorno ao lar.
O certo, é que descobri que há
cerca de 5 anos, o seu filho foi assassinado e, desde esse dia, sua vida
‘’acabou’’, segundo o seu relato.
Buscou ajuda com uma
psicóloga, porém não deu continuidade ao tratamento. Então, a orientei buscar
ajuda psicológica novamente, após, alta médica, porque a ‘’causa’’ ainda não tinha
sido elaborada e o restabelecimento da sua saúde física e psíquica dependiam do
seu reequilíbrio.
Por fim, disse a ela: ‘’A
senhora precisa elaborar a dor da perda, para consegui libertar-se das
correntes invisíveis do sofrimento emocional. Ninguém está preparado para
perder um filho. Deve ser uma dor dilacerante, que nunca cicatriza, mas quando
tentamos compreender que a morte e a ressurreição são ‘’passagens’’ a dor fica
mais amena, pois o reencontro é certo. Morremos na Terra, entretanto viveremos
nos braços de Deus ’’
Até quando?
Bjs,
Alda
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