sexta-feira, 20 de abril de 2018

Pode ser tarde demais.






Ontem, quando estava retornando para casa, vi a seguinte cena: Pai caminhando ao lado do filho, mas por incrível que pareça, eles pareciam indiferentes à presença do outro.

Sim, eles estavam lado a lado, mas incomunicáveis afetivamente. Seriam pai e filho? Ou seriam padrasto e enteado? Bem, via na criança o rosto do seu pai mais novo.

O que senti? Bem, vou contar em um conto e espero que você compreenda.

Vamos lá!

Pode ser tarde demais.

Era uma vez, um rapaz que resolveu sair de casa em busca de emoção. Não queria mais ficar em casa. Estava cansado de regras e de limites. Não pode isso. Não pode aquilo. Ele achou que não dava mais para aceitar e no meio da noite saiu. Passou uns dias na casa de um amigo. Acordava tarde e dormia tarde, até que a mãe do Pedro disse para ele voltar para casa, pois ela não o queria por lá.

O argumento foi que ele era uma péssima influencia para o filho. O que ele fez? Foi embora sem olhar para trás. Ele se sentiu humilhado e saiu com lágrimas nos olhos.

Nunca sua mãe o tratou daquela forma, mas era tarde para voltar para casa. Ele assim resolveu caminhar, até que viu uma cena que o deixou muito triste. Ele viu um rapaz de estatura mediana gritando com uma senhora. Não conseguiu ver o rosto da senhora, pois ela segurava uma sombrinha na mão direita e estava de costa para ele.

Após alguns minutos, ele percebeu que o rapaz estava prestes a agredir a senhora. Então, ele correu o mais rápido que pôde, mas não chegou a tempo de impedir a tragédia.

Era tarde demais. A senhora no chão já sem vida e o pior foi constatar que ela era a sua mãe e o rapaz o seu irmão mais novo, que naquele momento chorava copiosamente em seus braços.

Foi tarde demais! 



Bjs,
Alda de Cássia

*Imagem: Um mundo diferente