Ontem, quando estava
retornando para casa, vi a seguinte cena: Pai caminhando ao lado do filho, mas
por incrível que pareça, eles pareciam indiferentes à presença do outro.
Sim, eles estavam lado a
lado, mas incomunicáveis afetivamente. Seriam pai e filho? Ou seriam padrasto e
enteado? Bem, via na criança o rosto do seu pai mais novo.
O que senti? Bem, vou contar
em um conto e espero que você compreenda.
Vamos lá!
Pode ser tarde demais.
Era uma vez, um rapaz que
resolveu sair de casa em busca de emoção. Não queria mais ficar em casa. Estava
cansado de regras e de limites. Não pode isso. Não pode aquilo. Ele achou que não dava mais para aceitar e no meio da noite saiu. Passou uns dias na casa de
um amigo. Acordava tarde e dormia tarde, até que a mãe do Pedro disse para ele
voltar para casa, pois ela não o queria por lá.
O argumento foi que ele era uma péssima influencia
para o filho. O que ele fez? Foi embora sem olhar para trás. Ele se sentiu
humilhado e saiu com lágrimas nos olhos.
Nunca sua mãe o tratou
daquela forma, mas era tarde para voltar para casa. Ele assim resolveu caminhar, até que viu uma cena que o deixou muito triste. Ele viu um rapaz de estatura
mediana gritando com uma senhora. Não conseguiu ver o rosto da senhora, pois
ela segurava uma sombrinha na mão direita e estava de costa para ele.
Após alguns minutos, ele
percebeu que o rapaz estava prestes a agredir a senhora. Então, ele correu o mais
rápido que pôde, mas não chegou a tempo de impedir a tragédia.
Era tarde demais. A senhora
no chão já sem vida e o pior foi constatar que ela era a sua mãe e o rapaz o
seu irmão mais novo, que naquele momento chorava copiosamente em seus braços.
Foi tarde demais!
Foi tarde demais!
Bjs,
Alda de Cássia
*Imagem: Um mundo diferente