
O livro conta a história de Clara,
uma jovem professora portuguesa, que resolve retornar ao Brasil, mais
precisamente a Salvador, Bahia, pois deseja encontrar o verdadeiro amor, em uma
ânsia de resgatar emoções vividas ao lado de António, um homem cheio de
mistérios.
Só que as belezas da Bahia
não poderão ser vistas, pois da última vez, ela, ao tentar salvar o homem que
amava, perdeu a visão. Foi baleada. Um tiro a deixou na mais completa
escuridão.
Mas sua volta ao Brasil é
cheia de sensualidade e poesia. As experiências sensoriais vão dar um “algo a
mais” ao romance. Ah! É preciso dizer que a escritora veio ao Brasil em 2005,
para visitar os lugares percorridos pelo padre Antônio Vieira no século XVII.
Existem em quase todas as
páginas, textos em negrito de citações dos sermões do Padre Antônio Vieira.Cito
duas:
ü A eternidade e o desejo são duas coisas
tão parecidas, que ambas se retratam com a mesma figura.
ü Não vivemos como mortais, porque
tratamos das coisas desta vida como se esta vida fora eterna. Não vivemos como
imortais, porque nos esquecemos tanto da vida eterna, como se não houvera tal
vida.
Bem, a jovem Clara veio com
o amigo Sebastião. Um homem que tenta de todas as formas demonstrar e provar o
seu amor, mas é repelido por ela. Mas, assim mesmo, Sebastião será “os seus
olhos”durante a excursão.
Confesso... Fiquei encantada
com os relatos das belezas arquitetônicas da Bahia. Fiquei curiosa com o
sincretismo religioso baiano descrito no romance. Por incrível que pareça,
descobri uma cidade belíssima pelos olhos de Clara e Sebastião.
Daí para frente,as
lembranças dos momentos vividos com António – que não é o padre – serão
constantes. Clara vai se mostrar uma mulher forte e decidida, porém, frágil e
sofrida.
Enfim, um livro onde as
belezas da Bahia “saltam aos olhos” de uma mulher que detalha cada cenário já
vivido e que sente pulsar em suas veias a vida.

Alda
Revisão do texto: Sylvia Calandrini
Fotos:Google