Engraçado...
Sempre escrevo sobre vários escritores por aqui no blog Diário das Gêmeas
Paraenses, e raramente falo do nosso livro, lançado no mês de setembro, com o
selo da Editora paraense Pakatatu.
É verdade!!!!!! Talvez seja
porque estou na fase de ‘’colher os frutos’’ sobre o livro. O que desejo dizer,
é que estou ainda reavaliando e analisando as intervenções dos contos
terapêuticos usados durante as sessões de terapia ocupacional no hospital em que
trabalho.
Bem, estou ciente das
possíveis repercussões tanto positivas quanto negativas, que podem surgir,
porém estou ‘’aberta’’ para as criticas, já que essa é a minha primeira
experiência no mundo literário.
Ah! Vou contar o que já ''colhi'' de positivo!
Na véspera do dia de finados, uma funcionária do hospital onde trabalho, já na saída, me relatou que está gostando muito de ler o livro. Lê no ônibus pela falta de tempo. Foi com lágrimas nos olhos que contou da perda recente da irmã e que ao ler um dos contos ("O menino e a estrela") sentiu-se confortada.
Contou um pouco sobre a perda
e do imenso carinho que sentia pela irmã. Do companherismo e do amor. Quando já
estávamos nos despedindo, ela me deu um forte abraço e agradeceu por tê-la
ajudado. Eu fiquei emocionada e olhei para o céu agradecida.
Sim, um dos meus objetivos
com a criação do livro foi ajudar as pessoas enlutadas a ter um novo olhar
sobre a morte de uma pessoa querida. No hospital, por ouvir tantos relatos de
perdas não elaboradas, resolvi criar dois contos que falam sobre perdas
afetivas: ‘’O menino e a estrela’’ e ‘’O abraço’’.
Psiuuuuu...Vou confessar um
segredinho, mas prometa que vai ficar ‘’entre nós’’. Posso contar com você?
(rs). Falando sério, eu ‘’me doei a cada linha escrita, a cada personagem que
criou vida.
Por isso, fico muito feliz em
‘’tocar o coração’’ das pessoas por meio de contos terapêuticos. No caso dela,
ela leu e, já no hospital, usei os contos terapêuticos.Com o uso de colas
coloridas, E.V.A, pinceis, tintas, tesoura e cola os pacientes
simbolizaram por meio de atividades auto-expressivas a sua elaboração.O
resultado foi surpreendente!
Sabe por que estou refletindo
sobre isto? Porque já ouvi dizer que quando você expõe seus pensamentos, você
fica vulnerável a ser ‘’lida do avesso’’, por alguns leitores que querem ‘’ler
nas entrelinhas’’ e nem sempre as ‘’entrelinhas’’ são entrelinhas!(rs)
Mas, confesso... Quem sai na
chuva é para se molhar, como disse na reflexão do conto ‘’Os pés’’. E a reflexão-incentivo
foi: ‘’Mexa-se! Mude! Saia da rotina!’’
São momentos assim, que penso
que valeu muito ter publicado o nosso livro, pois era preciso compartilhar o
dom que Deus me deu, pois felicidade compartilhada é a certeza de estar
cumprindo minha missão na terra.
Na verdade,
o livro levou quase 1 ano para ser escrito, já que foram
20 contos inicialmente feitos, mas só 15 fizeram parte da primeira edição.
Assim como levou cerca de 3 meses para ser aprovado em forma de projeto e quase
1 mês para a revisão pela nossa revisora Sylvia Calandrini, da editora paraense
Pakatatu e que agora faz parte do rol dos nossos amigos.
O certo é, que o nosso amigo
é presidente da Federação das APAES do Estado do Pará (FEAPAES-PA) o Dr. Emanoel
O' de Almeida Filho, que nos incentivou a publicá-lo, tendo a APAE
BRASIL, APLUB e o CARIMBÓ DA SORTE como patrocinadores e a FEAPAES-PA
como realizadora.
Então, resolvi hoje
compartilhar ‘’algumas falas’’ dos pacientes, após ter sido feito a ‘’contação
de história’’ e feito a atividade direcionada para o contexto do conto.
Quais os recursos materiais?
Tintas coloridas, potes de plásticos, lápis de cor, tesoura, cola, papel,
canudinho, entre outros, sendo levado em consideração a individualidade de cada
paciente, o contexto do adoecimento, as limitações físicas, por exemplo, e o
diagnóstico clinico.
P.S: Os contos terapêuticos
levam à reflexão, busca de respostas e para tirar da zona de
conforto a criatividade adormecida, já que não possuem objetivo de ‘’dizer o
que deve ser feito’’ e até aconselho a busca por terapias, caso você
tenha dificuldade de elaborar suas questões de ordem emocional..
Aqui está uma breve partilha!
· Conto O poder das palavras: ‘’Palavras ruins machucam, cortam e nos deixam em pedaços’’
·
Conto O ovo: ‘’Entrei igual a um ovo de codorna, mas vou sair igual a um ovo de galinha’’
· Conto A borracha:
‘’Sou importante na minha casa. Estou sentindo falta de lá!’’
·
Conto O menino e a
estrela: ‘’Deu saudade da minha casa e do meu pai que já morreu’’.
·
Conto Os pés: "É
muito difícil mudar. Dá trabalho. Não sei se consigo’’.
·
Conto A fuga das vogais: "A união faz a força.Temos que
enfrentar nossos problemas’’.
·
Conto A barata : ‘’Que engraçado. Até as baratas são
curiosas como a gente’’
Bjs,
Alda