Continuando ...
Havia ficado tão perfeito o
tatu que Rairu resolveu usar resina para colá-lo.
Uma resina feita de mel de
abelha, com a intenção de seu desenho não desaparecer.
Porém, era preciso secar a resina. Foi quando
Rairu resolveu colocá-lo pelo rabo dentro de um buraco. Só que o inesperado aconteceu
e ele ficou preso no tatu devido à resina.
Não sabendo como sair dali, Rairu,
que tinha poderes, resolveu dar vida ao desenho. E este, ao criar vida, levou
Rairu para o fundo da terra. Ao chegar lá, constatou que havia muitas pessoas
morando ali.
Eram pessoas de todo jeito: algumas
eram bonitas, outras feias; algumas eram boas e outras eram más e preguiçosas.Vendo
aquela cena , Rairu saiu correndo para contar a Karí que deveria já estar
irritado com o seu sumiço.
Foi então que, ao chegar até
Karú-Sakaibê,ele o castigou, batendo com um pedaço de pau.Com o propósito de
defesa, Rairu contou o que havia visto.Prontamente, Karú pediu que ele descesse
novamente ao buraco e contasse àquele povo as maravilhas da Terra.
Foi com uma pelota feita por
Karí que, virando algodão e amarrada na cintura, que Rairu trouxe algumas
pessoas à Terra.
Os primeiros a subirem foram
os feios e os preguiçosos, já que imaginavam que iriam encontrar facilidade e
nunca mais trabalhariam.
Logo após, vieram os bonitos
e formosos, só que antes que todos subissem, a corda arrebentou e muitos caíram
de volta ao buraco e permaneceram vivendo no fundo da terra.
Como eram muitos,
Karú-Sakaibê teve uma ideia para diferenciá-los. Cada um seria um povo
diferente, entre eles: Munduruku, Arara, Panamá, Kaiapó e entre outros. Foi aí que
resolveu pintá-los de verde, amarelo, vermelho e outros de preto.
Só que aconteceu algo!Os
feios e preguiçosos dormiram no momento que ele pintava e diferenciava cada
tribo. Isso causou-lhe forte irritação, tendo-os transformados em:passarinhos,
porco-do-mato, borboletas e outros bichos da floresta que agora habitariam a
floresta.
E o final?Bom, ’’deixo
dentro do buraco ’’(rs)...Ah, não vou estragar o belo mito deste grande autor
Daniel Munduruku. Espero que vocês posam ter a oportunidade de ler este belo
livro,Ok?
Vale à pena ler e conhecer os
outros mitos!
Ah, em breve vou colocar
umas fotos tiradas por uma amiga, Karina Menezes, que em Maio deste ano fez uma
exposição fotográfica chamada: ’’Um olhar para o cotidiano dos povos Asurini e
Arawetê- Indígenas Paraenses da Região do Xingu, que o Pará desconhece’’ que teve
um olhar mais que especial por este povo
indígena, retratando-os em sua beleza indescritível. Cada foto, ‘’clama’’ por respeito,
justiça e tradição. Um lindo trabalho que captou a alma deste povo.
Bjs,
Alda