sexta-feira, 3 de julho de 2020

Usar ou não usar o bebê conforto?








Quando estava dando uma palestra na maternidade no hospital onde trabalho, recebi uma pergunta de um pai: ’’ Posso usar o bebê conforto em casa ?’’. Bem, usar pode, mas conscientizei este pai da importância de manter o filho no ‘’conforto do abraço’’ dele e das ‘’queimas de etapas de desenvolvimento’’ e o pior,a criança fica ''mal posturada'' e o risco de asfixia é grande quando ele é transversal.

É claro que quando diante de uma saída: sim! Mas, nada tão prazeroso que ‘’acalentar, acarinhar’’ o filho. Momento único e especial. Sempre digo para os pais no final da minha intervenção terapêutica: ‘’Você recebeu de Deus um presente grandioso. O melhor presente! Eles vieram ao mundo para serem amados... AME ! Toque beije e estimule!’’.

Pois bem, fui pesquisar nos meus arquivos e encontrei um arquivo na Revista ‘’Pais & Filhos’’, do Dr. Antonio Carlo de Souza Aranha, pediatra antroposófico e vou compartilhar por aqui:

 Para o Dr. Aranha o uso abusivo é em nome da ‘’tal tranquilidade’’ e pode provocar limitações no desenvolvimento da criança nesta fase tão importante que vai do nascimento aos 2 anos de idade.

Segundo ele, existem mudanças significativas no desenvolvimento motor diante do uso prolongado. Ele aconselha os pais a colocarem seus bebês, quando acordados,no chão a partir dos 3 meses.

Ele denomina o sucesso do bebê ao fato de já deixar a criança em uma posição confortável sem muitos esforços motores, para alcançar melhor equilíbrio.

Por fim, ele também fala dos prejuízos do andador, o tal ‘’andajá’’. Neste caso, sempre falo para os pais que entre tantos prejuízos: "Criança não anda...Arrasta". Tem menor equilíbrio na fase do andar, distúrbios motores, na fala, com cognição e prejuízos comprovados no aprendizado, além da diminuição do vínculo mãe/pai/bebê.

Um dia, uma mãe de criança síndrome de Down perguntou: ’’O que faço?Ganhei um andajá novinho? Bem, de forma bem humorada digo: ’’Pendure as roupas do bebê, calcinhas e toalhas de mãos, pois se será prejudicial ao seu filho, não queira dar para outra criança’’.

Enfim, sou incentivadora de posições de ‘’agregamento’’ quando a criança não estiver dormindo. Até falo: ‘’Boa posição para que o seu bebê já sinta o seu amor incondicional. Por isso, converse, cante e conte histórias... Bebê conforto? Ahhhh! Colo é bem melhor que o bebê ‘’fica aí’’ (rsrs)

Alda de Cássia

 *Imagem: Mães Brasileiras 

Super dica de leitura - O menino de olhos assustados



Bem, uma leitura que leva a uma profunda reflexão! O livro é ‘’O menino de olhos assustados’’, da escritora Lúcia Pimentel Góes, que foi lançado pela Editora Paulinas.
Durante a leitura lembrei-me das guerras que matam e mutilam adultos e crianças.

 Uma guerra cruel. Uma disputa por poder que destrói lares e extermina famílias inteiras.

Pois bem, o livro conta a história de duas crianças, Ho Chi e Kim Thiem, que inicialmente veem seus familiares e seu amigo Van Thanh sendo mortos durante os ataques aéreos em sua cidade natal.

O certo é que, a guerra deixou marcas definitivas em seus corações pelas perdas afetivas e em seus corpos que foram mutilados. Ho Chi tinha 8 anos e Kim Thiem 6 anos de idade e sentiram dores gigantescas em seus corpos frágeis.

Ao término da leitura foi possível acreditar que podemos reescrever uma nova história quando a fé e a vontade de ajudar o próximo são as bandeiras da superação, assim como a ‘’Terra da Paz’’ não é uma utopia.

Dica de leitura!

Alda de Cássia