Começa a ser freqüente encontrar crianças com o dedo na boca. Bem, onde
trabalho, tenho o hábito de ver esta ‘’infração dental’’(rs). Falar do mal do
‘’pipo’’ou‘’chupeta’’, como dizem, na boca, principalmente quando a criança já
possui dentes.

Vi hoje esta cena. Fiquei pensando. Se a mãe diz ser zelosa com o seu
filho para não pegar doenças, como é que deixa a criança colocar o ‘’dedão na
boca’’, sem ter medo da criança ter pelo menos uma doença transmitida pelas
sujeiras da mão.
Fiquei observando a menina e o seu dedão na boca. Estava sentada no colo
da mãe. A mãe indiferente à cena. Passava as mãos no cabelo da criança na maior
normalidade.
Bom, fiquei pensando que ela deveria ser uma criança insegura e que
usava o ‘’dedo na boca’’ como forma de proteção inconsciente. Não sei se você
já ouviu falar do brinquedo afetivo, onde a criança o usa na fase de transição
do bebê, que cresce e começa a ganhar autonomia.
Olhei mais uma vez e a criança parecia que estava ‘’’gostando da
situação’’(rs), pois me olhava com aquele olhos de ‘’estou chupando sim,o meu
dedão’’(rs).
O certo, é que parei de olhar, senão a mãe poderia pensar que eu era,
sei lá, uma seqüestradora (rs). Foi ai que vagou uma cadeira ao seu lado e ela
colocou a menina sentada perto da janela.
É incrível... Ela parou de chupar o ‘’dedão’’ e ficou apreciando o
movimento dos carros e das pessoas apressadas na rua. Daí, conclui que a
criança estava insegura diante de um ônibus lotado, com pessoas estranhas a ela,
e ao ser colocada perto da janela, ela sentiu-se segura já que sua mãe estava
ao seu lado.
Vejo que hoje as crianças estão sendo negligenciadas em sua condição de
proteção. Tornando-se inseguras diante do outro e do desconhecido. Não há mais
aquele diálogo em que a mãe conversava com a filha, perguntando o porquê dos
seus medos.
Hoje, algumas crianças são vestidas como adultos, mas comportam-se como
bebês!! E alguns pais estão agindo como crianças, quando brigam com os seus
filhos dizendo: ’’Você já é mocinha (criança com 6 anos de idade), para estar
agindo assim ou ‘’Você ainda é criança (pré-adolescente), para escolher a roupa
que vai sair’’.
Precisamos ver as crianças como crianças, os adolescentes como
adolescentes e os adultos como adultos, pois tudo tem uma fase que inicia e
termina um ciclo.
Bjs,
Alda