terça-feira, 15 de novembro de 2016

Proclamação da República



Lindo dia !!!

Hoje vamos falar um pouco sobre a Proclamação da República que é comemorada hoje. E teremos o nosso associado Márcio José Matos Rodrigues, professor de História como convidado especial escrevendo sobre o tema.


Bjs,


 Vi e Alda


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No dia 15 de novembro, foi proclamada a República no Brasil. A República em nosso país não começou graças a um grande movimento popular que substituiu o Império. Na verdade, foi um golpe promovido por uma parte do corpo de oficiais do Exército brasileiro, muitos deles influenciados pelo Positivismo e por ideias republicanas, além de ressentimentos pelo tratamento dado pela Monarquia a membros do Exército.

Na realidade, o Império já estava enfraquecido por algumas questões que aconteceram no século XIX, como a Questão Religiosa, envolvendo bispos católicos e o imperador; a Questão de Sucessão do Trono, por causa da nacionalidade francesa do marido da princesa Isabel, o Conde D'Eu; a Questão da Escravidão, devido ao descontentamento de fazendeiros donos de escravos por causa da abolição da escravidão; a Questão Militar, que
envolveu aspectos como a desvalorização do Exército pelo Império e a punição de militares que se manifestaram em jornais contra o governo.


Havia também o próprio desejo de fazendeiros do Oeste Paulista em implantar um sistema federalista para descentralizar o poder e as aspirações de integrantes das camadas urbanas descontentes com o governo imperial, baseado em um sistema eleitoral elitista e excludente, esperando haver novas oportunidades.

Diante de forças contrárias que o contestavam e situações que o enfraqueceram mais, como a abolição da escravidão em 1888, colocando latifundiários escravistas (antigos e influentes aliados), contra o Império, o golpe de 15 de novembro veio enfim implantar a República. Uma República de início controlada por militares (República da Espada), com o primeiro presidente sendo Deodoro da Fonseca, um ex-monarquista e que foi o líder das tropas que derrubaram o ministério monarquista e depois Floriano Peixoto, que o substituiu após sua renúncia. E, logo após, o domínio oligárquico, com predomínio dos fazendeiros. Ambos os períodos faziam parte da chamada República Velha, uma época ainda dominada em grande parte por uma Economia de base rural, agrícola, embora já iniciasse um processo mais amplo de industrialização, em especial nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Com o fim da República Velha (1889-1930), vieram outros períodos republicanos: a Era Vargas (1930-1945);  o período democrático de 1946-1964; os governos militares de 1964-1985 e o período atual, de 1985 até hoje em dia.


Nossa república ainda é cheia de injustiças, desigualdades graves, corrupção, clientelismos e populismos. Não se pode negar que houve  avanços históricos do começo do período republicano até os dias de hoje, com mudanças feitas num universo de contradições e conflitos, sendo reconhecidos certos direitos básicos e com a elaboração de leis favoráveis aos trabalhadores, às mulheres etc. Mas muitos fatores negativos ainda não foram superados.

Certas questões como necessidade de melhoria educacional; evolução mais acentuada da Justiça, tornando-a mais eficaz e mais justa; redução grande da impunidade; reforma política, uma justa distribuição de renda e outras, são necessárias para que a república brasileira se torne mais democrática e com menos injustiças.
Que o feriado de 15 de novembro sirva para se refletir sobre o que se passou, as conquistas e sacrifícios e o quanto ainda será preciso mudar para termos uma sociedade melhor.


Márcio José Matos Rodrigues


Imagem: Google

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