terça-feira, 29 de março de 2022
Todas as histórias do Analista de bagé
domingo, 27 de março de 2022
Filme: A sabedoria dos sonhos - Carl Gustav Jung
Esta é uma minissérie inédita sobre a vida do psiquiatra suíço, Carl Gustav Jung, conhecido como Jung. Ela mostra, em três episódios, como as teorias deste psiquiatra foram importantes para a Psicologia Junguiana.
terça-feira, 22 de março de 2022
Livro : Dom Quixote das crianças - Miguel de Ceevantes
domingo, 20 de março de 2022
Dia do Contador de Histórias _ 20 de Março
Hoje é o dia do Contador de Histórias...Uhhhh ! Comecei a contar histórias ainda na época que era estudante do curso de terapia ocupacional.
Ao chegar na ala pediátrica no setor de oncologia infantil, as crianças estavam no espaço reservado para a recreação. Pois bem, a utilização da contação de histórias tinha objetivo terapêutico, e aproveitava o local para o meu atendimento terapêutico.
Hoje, contar histórias faz parte de um dos recursos terapêuticos que utilizo com os pacientes hospitalizados e vejo o quanto é enrique dor para ambos, pois possui reflexões terapêuticas.
Ahhh fazer parte do MOCOHAM (Movimento de Contadores de Histórias da Amazônia ) é uma honra para um contador de histórias, pois aprendo todos os dias com cada integrante a arte de contar com amor e emoção.
Enfim, agora vou compartilhar uma personagem que gosto muito de interpretar : Nina
Viva o Contador de Histórias!!!
Edição de vídeo: Alda de Cássia
Revisão de vídeo: Vitória de Cássia
Link segue:
sexta-feira, 18 de março de 2022
Digital e Marketing
"Ana tem 12 anos, mora numa grande cidade e tem disponível todos os equipamentos e sistemas necessários para manter-se conectada 24 horas aos seus amigos, aos familiares e aos colegas de escola. Para ela, seus vínculos sociais estão integrados, sem separação entre o ambiente físico e o virtual. Maria tem 52 anos, funcionária pública aposentada. Vive numa cidade pequena do interior. Há seis meses comprou seu primeiro computador e o técnico, um rapaz de 20 anos, deu as primeiras aulas de navegação no universo on-line. Hoje, ela já domina algumas ferramentas de comunicação on-line para falar, seguir, curtir sua neta, a Ana. As duas estão próximas! Apropriaram-se da tecnologia e da Internet, cada uma ao seu modo, para fortalecer vínculos sociais. Claro que existem muitas discussões contrárias a isso, buscando de forma injusta, nomear a tecnologia e a Internet como vilãs no esvaziamento de sentido das relações sociais. Prefiro uma visão mais otimista como a de Pierre Lévy, a Internet e os arranjos sociais aumentam a nossa potencialidade criativa. Harry Proust, grande pensador alemão, afirmava que “toda comunicação começa no corpo e nele termina”; para ele, temos três tipos de mediação em comunicação: a primária é o nosso corpo, a secundária são as mídias tradicionais como jornais, livros e impressos e a terciária são os aparatos tecnológicos, primeiro o rádio, depois a TV até chegarmos à Internet. Usamos mediações diferentes para nos relacionarmos e em nenhuma delas, a nossa capacidade de sentir é subjulgada. As mediações tecnológicas são caminhos que encontramos para estruturarmos e reorganizarmos a nossa percepção de realidade. São elementos importantes de nossa prática social. E como visualizar isso dentro do Marketing? Observando! Dentro das plataformas de comunicação on-line nas quais empresas e consumidores participam, já há indícios explícitos do “sentido digital”, que devido à nossa habilidade de racionalizar tudo, fica limitado à quantificação. As métricas e o monitoramento das redes sociais focam muito os números. Fórmulas são criadas para classificar influência, amplitude, posicionamento entre outras variáveis. São índices imprescindíveis para elaboração, implementação e acompanhamento das estratégias de marketing digital. Porém, não substituem o olhar para as “pessoas”. A quantidade de “Likes” numa página nem sempre contribui para a formação de vínculo entre empresa e consumidor, a quantidade de “Followers” não garante vantagem competitiva. Os cases de sucesso que são divulgados, possuem algo em comum: a capacidade de criar vínculos com seus consumidores. Vínculos sociais são alimentados pela nossa capacidade de sentir. O sentir digital vai além do que monitorado exclusivamente em números. Todos nós sentimos que tipo de relação a empresa/marca deseja manter com seus consumidores. Muitas preferem manter-se em pedestais de adoração e religiosamente pregam seus atributos como seres divinos e supremos. Poucas empresas estão dispostas ou perceberam que construir vínculos é ultrapassar o nível mais básico de relacionamento – a transação comercial. Anas, Marias e demais consumidoras, já sabem usar isso muito bem, em níveis mais avançados de relacionamento. Por que não as observamos com calma? A eles também? Sua empresa ainda tem dificuldade em perceber o que é o “sentir digital”, então comece a “observar” como seus consumidores se relacionam uns com os outros, como se expressam, quais conteúdos compartilham e que marcas comentam. Tudo isso é complementar ao monitoramento quantitativo, é também ir além do que os números dizem. Essa observação é um processo sem roteiro definido, apenas de navegação no ambiente on-line e exploração do conteúdo dos diálogos e material publicado pelos consumidores. Aprendamos com eles o que é o “sentir digital”. Se durante a jornada de observação on-line, o profissional de marketing se perceber feliz, triste, indignado, curioso, reflexivo. já estará vivenciando o “sentir digital”, porque, por trás de todos esses avanços tecnológicos, há pessoas que constroem seus vínculos com outras, com empresas, com instituições, com marcas e com elas mesmas. Autora: Janaira Franca - Mestranda em Comunicação, pesquisadora do comportamento feminino, consumo e tendências, consultora na área de marketing estratégico, comunicação digital e branding, é sócia diretora da Athenah Marketing e Comunicação. Especialista em marketing e bacharel em administração de empresas. Atuou na área de marketing no Terra Networks, Bosch Rexroth, RBS TV (Globo). Professora nos cursos de graduação e pós-graduação na FGV Online e professora assistente na Cásper Líbero. No Twitter é @janairafranca." Fonte:http://digitaisdomarketing.com.br/o-sentir-digital-e-sua-importancia-para-o-marketing |
quarta-feira, 16 de março de 2022
Saúde é fundamental
Menciona:
Que devemos ter uma mente saudável.
- · Não é preciso cortar os carboidratos (pão, arroz, batata e macarrão) da dieta após às 18 horas.
- · O limão é um bom aliado para combater a ansiedade e a tristeza. Ele tem um antioxidante, que ativa as enzimas do fígado e combate os sintomas que levam as pessoas ao estado de ansiedade e depressão.
Uma revista sempre com boas reportagens do inicio ao fim!!
Alda de Cássia
sábado, 12 de março de 2022
Leitura indicada: Autores e Ideias
Bem, se você pretende ser uma escritora ou um escritor, ele é excelente por causa da diversidade de escritores brasileiros que em 268 páginas mostram porque são tão consagrados no oficio de encantar os leitores com belas obras literárias.
quinta-feira, 10 de março de 2022
Conto : A distração
Querendo mudar a sua vida, Elaine resolveu tomar a decisão de deixar o trabalho. Quase sem tempo para comer, dormir e cuidar de sua filha essa era a sua vida. Foi muito difícil chegar ao posto de gerente em uma empresa multinacional. Batalhou muito, fez inúmeros cursos para ter capacitação para assumir o cargo. Enfim, uma conquista árdua, mas que hoje ela acredita que não tem mais tanto valor.
Pois bem, entregou o cargo na empresa e passou a trabalhar como “freelance”. Não tinha no final do mês um salário como o de antes, mas só o fato de estar em casa e fazendo o seu trabalho, sem pressão do chefe e de metas a serem cumpridas acabou por até melhorar as suas horas de sono e deu-lhe qualidade de vida.
A bem da verdade, há dias sentia um ‘’vazio’’ muito grande, pois na empresa tinha bons amigos e sentia falta das conversas e do companheirismo que se formou neste quase 30 anos de trabalho. Mas, fez a ‘’coisa certa’’. Agora sabia !
A pequena Layra, sua filha com o seu ex-namorado, brincava no quarto de bonecas. Tinha um quarto só seu e nele fazia a festa, literalmente. Cansada de tanto pular na cama com a sua boneca “Mimi”, ela resolveu deitar-se um pouco. Ao colocar sua cabeça no travesseiro adormeceu! Despertou com o barulho do grilo e ao olhar para a janela viu um ‘’balé dos vaga-lumes’’. Encantada levantou-se. Neste momento, os vaga-lumes voaram em direção a estrada. Layra então saiu pela porta dos fundos, não sendo vista assim pela mãe, que sobre os livros também adormeceu.
Quantas luzes eles tinham! Dançavam ao som da brisa e ao frio do vento. De repente, vem um carro vindo na direção de Layra e para salvá-la do atropelamento os vaga-lumes desenham no ar um coração. Layra, ao ver, para. Bruscamente, o carro freia. O freio foi tão alto que toda a vizinhança corre para ver o que era. Elaine ao ouvir, também corre.
Layra está ali. Parada! Congelada de medo! Elaine a agarra pelo braço e com um longo abraço agradece a Deus. Sua única filha havia sido salva! Após o susto ambas abraçadas sobre a cama tentam dormir. Mamãe Elaine sussurra no ouvido de Layra, já em sono profundo, que a ama e que a partir de amanhã terá um tempo para ficarem juntas mais tempo.
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Para refletir:
Seja capaz de reservar, um tempo para você e para quem ama. Quem trabalha muito para enriquecer esquece que a sua maior riqueza não está em um banco e sim dentro de casa : SUA FAMÍLIA !
Alda de Cássia
quarta-feira, 9 de março de 2022
Pedofilia
terça-feira, 8 de março de 2022
Dia Internacional das Mulheres
Vitória de Cássia
domingo, 6 de março de 2022
Mico do túnel do tempo: Bicho pegou!
sexta-feira, 4 de março de 2022
Indicação de leitura: Caramilholas de Zé Prequeté
Link:
quinta-feira, 3 de março de 2022
Rede sociais digitais
"Vicente Mastrocola destaca que, nas redes sociais, é preciso pensar em conteúdo adequado ao usuário e, acima de tudo, entreter. Não há fórmula pronta. Muitas empresas estão vivendo o aprendizado de coexistir com os usuários dentro das redes sociais digitais. Em um tempo em que as ferramentas de publicação se tornam cada vez mais democráticas, um jovem de 18 anos tem em suas mãos o mesmo Facebook que a Nike usa. Os propósitos, claro, são diferentes e o que muda muito é a relação da empresa com o consumidor nesse cenário. Muitos grupos estão procurando uma receita de sucesso dentro desse ambiente das redes sociais digitais. Ambientes esses que parecem ter participação na consolidação do sucesso de algumas marcas, produtos e serviços por meio da distribuição, compartilhamento e geração de conteúdo, bem como pelo importante processo de socialização ali desenvolvido. As ferramentas de produção de conteúdo on-line que caracterizam as redes sociais estão possibilitando o surgimento de usuários cada vez mais ativos e que produzem cada vez mais materiais dentro de certos grupos e comunidades específicas. O desafio é falar com esses usuários. Não há uma fórmula pronta para que uma campanha, uma ação digital ou vídeo potencialmente viral se tornem um sucesso dentro do ambiente das redes sociais digitais, porém há indícios que podem fornecer bons caminhos de atuação nessas plataformas. Soa óbvio dizer que uma ação de sucesso nesse meio pede criatividade. Entretanto, criatividade no ambiente das redes sociais digitais não pode ser apenas o uso excessivo dos recursos tecnológicos que temos disponíveis na web. É preciso pensar em conteúdo adequado ao usuário e, acima de tudo, entreter. Para mim, se há uma possibilidade de sucesso na cultura em que vivemos, é levar o entretenimento certo aos usuários certos. Como dizia Confúcio: “Diga-me e eu esquecerei. Mostre-me e eu recordarei. Envolva-me e eu entenderei.” A discussão é ampla e merece ser aprofundada. O evento Social Media Brasil que acontece em maio, no qual eu farei uma apresentação sobre games, é uma boa oportunidade para ampliar esse tema. Continuamos por lá a discussão!" Autor: Vicente Martin Mastrocola, coordenador de criação da ESPM e professor no curso de Comunicação Social da ESPM e também na Miami Ad School/ESPM Fonte: Portal HSM (http://www.hsm.com.br/editorias/marketing/criatividade-e-redes-sociais-digitais |
Imagem : Redes Digitais
quarta-feira, 2 de março de 2022
Será que você é criativo?
"Você é criativo? Na opinião de Antônio Carlos Teixeira da Silva, um dos especialistas do assunto no Brasil, qualquer pessoa pode ser criativa. "Você usa mais ou menos este potencial dependendo do ambiente em que foi criado, que vive ou trabalha. Se são ambientes que permitem a diversidade de pontos de vista, que priorizam a capacidade de pensar, ou não. Na vida profissional, no caso de um empregado, dependerá muito da visão da empresa no que se refere à criatividade e à inovação". Mas e se a empresa tem uma hierarquia rígida e burocratizada, que não permite a inovação, a grande prejudicada acaba sendo a própria empresa, que não está usando todo o potencial intelectual à sua disposição. Para explicar este e outros conceitos de forma mais aprofundada e com exercícios práticos, Antônio Carlos acaba de lançar o livro INOV-AÇÃO – Como criar ideias que geram resultados, Editora Qualitymark. Tudo começou em 1968, quando o publicitário Antônio Carlos foi trabalhar como redator na Avon. "Diariamente, eu tinha uma folha de papel em branco, olhando para mim, esperando que eu colocasse alguma ideia nela. Alguma ideia que fosse suficientemente forte para motivar alguém a tomar uma atitude. Era um desafio diário à criatividade ter aquela folha branca me olhando". Ele saiu da Avon, trabalhou em muitas empresas, porém com trabalhos sempre ligados à criatividade. Em 1984, Antônio foi para os Estados Unidos fazer o curso de Criatividade na Universidade de Bufallo e, alguns anos depois de retornar, começou a receber convites informais para dar palestras sobre o assunto, até então muito novo no Brasil. Em 1997, Antônio já trabalhava como Gerente de Marketing da Kolynos e então surgiu a ideia: "se é um assunto que eu gosto tanto e me interessa; se as pessoas estão gostando e me convidando; se eu estou podendo ser útil a estas pessoas; por que não levar este meu trabalho a sério, profissionalmente falando"? Hoje, Antônio é o criador do Projeto Pense Diferente, dá palestras sobre o assunto em congressos e eventos, ministra cursos in company e seminários abertos para o público e também é colunista do Empregos.com.br. Confira a seguir a entrevista completa: Empregos.com.br - Como você define a Criatividade? Antônio Carlos Teixeira da Silva - É a capacidade que o ser humano tem de fazer as coisas de uma forma diferente, ver as coisas sob outros pontos de vista. Ser criativo é "pensar fora da caixa", conseguir novas ideias pra lançar um produto, implementar um processo, criar uma nova maneira de se relacionar com o cliente. Hoje em dia ter criatividade e saber aplicá-la na empresa é um diferencial competitivo, como saber gerenciar conflitos e conduzir uma negociação. A inovação começa com uma ideia. E a criatividade é a ferramenta para essa inovação ser posta em prática. Empregos.com.br - Qual é o objetivo do seu livro INOV-AÇÃO - Como criar ideias que geram resultados? Antônio Carlos - O objetivo do livro é recuperar a capacidade criativa que todo ser humano tem, mas fica adormecido. É preciso treinar, reaprender a ser criativo, capacidade que você deve ter em casa, no trabalho, em todos os âmbitos da sua vida e, claro, em benefício da empresa também. Antigamente era até um preconceito trazer ideias novas para a empresa, hoje não, ser criativo é fator de sobrevivência e pode ser aplicado em todas as áreas da empresa: na contabilidade, no departamento pessoal, entre outras áreas não menos importantes. O livro é bastante interativo e, ao final de cada capítulo, há uma relação de exercícios práticos e pontos para reflexão. Empregos.com.br - E como devem fazer aquelas pessoas que não possuem esta habilidade? Antônio Carlos - Tem que desenvolver. Não há outra alternativa. Tem que ter a iniciativa, acreditar na sua ideia. Infelizmente, a maioria das pessoas se contentam quando tem apenas uma boa ideia. Quem tem apenas uma ideia não tem nada. Para chegar a uma boa ideia você tem que ter várias delas. É como exercício físico: quanto mais você exercita, mais ideias você vai ter. É preciso se acostumar sempre a procurar uma nova alternativa para resolver um problema ou para otimizar uma oportunidade. Habituar-se a pensar diferente é sempre questionar: Por que desta maneira? Não haverá outra melhor? É também assumir que embora uma coisa esteja sendo feita da mesma maneira há muito tempo, não quer dizer que esta é a melhor maneira. Empregos.com.br - Como é possível ser criativo na busca por um emprego? Antônio Carlos - O primeiro passo é conscientizar-se de que, se você fizer tudo o que os outros fazem, será apenas mais um na multidão. Isto não quer dizer que deva eliminar os caminhos tradicionais (anúncios de jornais, agencias de emprego, processos seletivos, Internet), mas sim, desbravar novas alternativas. Uma opção é investir bastante tempo na construção de uma rede de relacionamentos. As indicações funcionam e são um método muito utilizado pelas empresas. Porém, para inovar, você deve reformular o conceito de como procurar o emprego. Faça-se as seguintes perguntas: Como poderei ser útil para esta empresa? Quais são os meus diferenciais competitivos em relação aos demais candidatos? O que eu sei fazer que poucos sabem? Que experiências eu tenho que poucos têm? Que diferenciais competitivos poderei desenvolver em minhas qualificações profissionais? De que maneiras poderei criar novos diferenciais competitivos? Responda a si mesmo a seguinte pergunta: "O que me diferencia positivamente da maioria dos candidatos?" Se não conseguir responder a esta pergunta retornar à pergunta acima. Você não pode deixar que seu currículo seja transformado em "commoditie", igual a todo mundo. Se assim fizer só encontrará um emprego se pedir o salário mais baixo e será igual a todos os outros. Empregos.com.br - Como identificar os profissionais mais criativos em uma entrevista de emprego? Antônio Carlos - Os mais criativos são aqueles que conseguem produzir uma grande quantidade de ideias. Isto é fundamental, porque você só vai encontrar uma boa ideia se produzir muitas ideias. Esta primeira fase é conhecida por brainstorm: não importa se você irá aproveitá-las depois, o que vale é a quantidade de ideias geradas. Avaliar a utilidade das mesmas será decidido numa segunda fase do processo criativo. Empregos.com.br - E nas empresas, como identificar os funcionários criativos? Antônio Carlos - Isso é muito fácil: os criativos são aquelas pessoas que estão sempre questionando, querendo saber o porquê de tal procedimento. Isto é muito bom para a empresa porque sempre existem normas que faziam sentido na época em que foram colocadas e depois, deixaram de ter razão para existir por vários motivos. Como é uma norma, ninguém mais lembrou de perguntar o porquê. E continuam aplicando, muitas vezes deixando a empresa sem agilidade, engessada ou perdendo oportunidades. A pessoa criativa é entusiasmada, procura as melhores maneiras para realizar a tarefa. É uma pessoa aberta ao diálogo. Não só para falar como também para ouvir. Aliás, ouvir é uma qualidade permanente e muito importante na pessoa criativa. Ela tem “orelhas grandes”. Porém, não se satisfaz com o óbvio. Ao invés de perguntar “por quê?” ela pergunta “por que não?” A pessoa criativa é independente, motivada e movida a objetivos. Com foco no seu objetivo, ela não aceita obstáculos: ou os destrói ou salta por cima, ou dá a volta... A pessoa criativa é proativa: não espera pelos outros. Faz acontecer. Empregos.com.br - As empresas possuem sistemas para realizar inovações? Antônio Carlos - Empresas que efetivamente praticam a inovação mantêm diversas práticas destinadas a estimular o processo de geração e implementação de novas ideias. Por exemplo, não punição por erros, estimulo à experimentação, recompensas vinculadas à inovação etc. A essas práticas, as empresas excelentes em inovação adicionam um item essencial: procuram desenvolver continuamente a própria habilidade de inovar através do treinamento constante de suas equipes. Empregos.com.br - O que mais bloqueia uma empresa de inovar? Antônio Carlos - Uma das razões é que muitas empresas possuem sistemas administrativos que foram concebidos há 40 anos para gerenciar rotinas, não a inovação. Isto pode ocorrer mesmo contra a vontade da gerência que quer inovar, mas os métodos de administração bloqueiam a inovação. Por exemplo: excesso de normas, hierarquia rígida, punição por erros e, principalmente, medo. As empresas não devem empurrar a inovação com a barriga. Infelizmente, muitas empresas matam ideias que realmente não deveriam matar, ou evitam que nasçam. Efetivamente não estimulam a geração de ideias. Estas não terão um futuro muito brilhante. Empregos.com.br - Qual o melhor ambiente para exercer a criatividade: nas grandes ou nas pequenas empresas? Antônio Carlos - O exercício da criatividade independe do tamanho da empresa, se ela é grande ou pequena ou se é o caso de um profissional liberal. Todo ambiente é propício para a criatividade, porque em todo ambiente existem problemas e oportunidades. Consequentemente, a criatividade é necessária. Nas empresas pequenas, as coisas andam mais rapidamente porque são menos formais, há menos hierarquia. Nas grandes corporações, a rapidez não é tanta porque existem várias áreas envolvidas e pode haver mais burocracia. Eu diria que a única diferença é o tempo na execução da ideias. Empregos.com.br - Você poderia citar algumas empresas que estimulam a criatividade dos seus colaboradores? Antônio Carlos - Felizmente existem inúmeras em diversos ramos de atividade. Eu vou citar apenas duas que são conhecidas do grande público. Uma delas é a Gillette, que cria e desenvolve conceitos e produtos altamente criativos. Quer um exemplo que vem fazendo sucesso há mais de 30 anos? O barbeador descartável. Veja quantos tipos, quantos milhões de unidades já foram vendidas e ainda serão. Outro exemplo: a 3M. Trinta por cento do lucro desta empresa é originado de produtos com menos de quatro anos de vida. Veja quantos produtos inovadores e de altíssimo sucesso a 3M lançou. Mas a demanda por pessoas criativas não se restringe a desenvolvimento de novos produtos, marketing ou propaganda. As empresas precisam de pessoas criativas em todas as áreas: na contabilidade, na fábrica, na expedição... Precisam também de pessoas criativas no RH para criarem o desenvolvimento das pessoas, para melhorar planos de benefícios e muito mais. É preciso lembrar que as grandes ideias são ideias simples, poucos são os projetos realmente mirabolantes. Empregos.com.br - Neste cenário de crise que estamos vivendo, não soa um pouco utópico falar de inovação e criatividade? Antônio Carlos - Regras, limitações e falta de verba são um desafio à criatividade, mas você não precisa de muito capital para inovar. No mundo de hoje temos que fazer mais com menos. Isto você só conseguirá com a criatividade bem desenvolvida para, através de ideias originais, cumprir seus objetivos e tarefas. A criatividade de todos (funcionários, clientes, fornecedores) pode e deve ser usada para reduzir custos, solucionar problemas e identificar oportunidades. O importante é que a empresa permita que as ideias sejam apresentadas. Permita que as pessoas possam questionar. Por tudo isso, a empresa que quiser sobreviver no mundo de hoje precisa ver a inovação como o seu diferencial competitivo. E isso não implica, necessariamente, em custos: muitas ideias têm custo zero e inclusive ajudam a cortar despesas. Empregos.com.br - De que forma as empresas podem lucrar investindo na criatividade de seus funcionários? Antônio Carlos - Com o resultado das ideias que originaram na cabeça de cada um dos colaboradores. ideias para aumentar vendas, reduzir custos, simplificar processos produtivos e administrativos, melhorar produtos existentes, lançar novos produtos. Cada ideia, após avaliada e, se for o caso, implantada deve dar bons resultados para todos. Para a empresa que estará mais competitiva, para o cliente que perceberá o diferencial e para o autor da ideia que deve ser recompensado por isso. Empregos.com.br - Que atividades você propõe para que uma empresa estimule a criatividade dos funcionários? Antonio Carlos - A empresa que pretende ser criativa, inovadora, precisa criar o clima que propicie o comportamento criativo entre os funcionários. A empresa deverá ter a mente aberta, estimulando a flexibilidade e a criatividade de sua equipe. Não punir os erros, porque só não erra quem não faz. Os erros também fazem parte do comportamento criativo. Deverá manter um sistema de comunicação eficiente com os empregados para que todos tenham ideias dos problemas, oportunidades, desafios e objetivos da empresa. Com estas informações as pessoas terão sua criatividade dirigida e focada concretamente para apresentar ideias de interesse da empresa. Um outro ponto importante é desafiar construtivamente cada funcionário. Isto pode ser conseguido através de estímulo que motivará um funcionário a apresentar novas alternativas para uma tarefa que esteja fazendo. A pessoa bem informada e treinada amplia seus conhecimentos e percepção, o que gera uma maior produção de ideias. Empregos.com.br - É possível mensurar o aumento de ideias que as pessoas têm após lerem o seu livro ou passarem por um treinamento? Antônio Carlos - Sim, com certeza. Você pode quantificar o número de ideias que foram dadas, e deste total quantas foram avaliadas e aprovadas. E com as ideias que foram utilizadas, você pode mensurar quanto de dinheiro foi economizado. Normalmente, há uma média de 200 ideias, e depois do treinamento esse número sobe para 5000. Destas, cerca de 100 são aprovadas, o que já significa uma boa economia para a empresa. A Volkswagen é um exemplo de empresa que sempre investiu e estimulou a criação de ideias: ela já conseguiu economizar 10 milhões de reais a partir de sugestões dadas pelos funcionários. Normalmente são ideias simples, que quando aplicadas todos na empresa se questionam: "Por que ninguém nunca pensou nisso antes?" Entrevistado: Antônio Carlos Teixeira da Silva, autor do livro "Inovação - Como criar ideias que geram resultados" Por Camila Micheletti |