quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Dia da Independência


Hoje é dia de vestir verde e amarelo e sair as ruas para ver o desfile militar. Quem nunca foi às ruas neste dia? É dia de lembrar da nossa infância. Saíamos de bandeirinhas nas mãos e ficávamos encantadas com tantos uniformes dos militares. Achávamos o máximo! A nossa mãe queria que fôssemos militares quando crescêssemos (rs). São tantas as histórias que ficaria horas conversando por aqui.

Vamos lá! Pedimos para o nosso associado, Márcio Rodrigues, fazer uma homenagem para este dia por meio de um resumo histórico para enaltecer a data. E ele topou o desafio! Segue abaixo um pouco da origem histórica do dia 7 de setembro.

Abs,
          Vi e Alda


No dia 07 de Setembro se comemora a independência do Brasil. É uma data que marca a nação brasileira, pois representa o momento que o príncipe Dom Pedro decide romper com a antiga metrópole, Portugal e assim declarar o Brasil independente.

Os fatos importantes que deram início a um processo que culminou com a independência política do Brasil foi a chegada da família real portuguesa no Brasil em 1808, depois de ter fugido das tropas napoleônicas. A Europa de então estava sob a pressão de um conflito que envolvia a França, liderada pelo imperador Napoleão Bonaparte, que tinha se tornado uma potência militar e de outro lado a Inglaterra, uma potência industrial e marítima.

A Inglaterra para enfraquecer a França, bloqueou portos europeus para prejudicar o comércio francês e Napoleão para atingir o comércio inglês com os países europeus decretou o Bloqueio Continental. O imperador francês queria forçar o príncipe regente Dom João a aderir ao bloqueio, mas ele temia a reação da Inglaterra, com sua poderosa marinha e, além disso, o reino inglês era aliado de longa data de Portugal.

Dom João ficou ganhando tempo, pois não queria ser atacado pela marinha inglesa e nem ver Portugal invadido pelos franceses. Mas, afinal, teve de se decidir e, junto com milhares de funcionários, nobres, soldados e mais os seus familiares, embarcou sob proteção da marinha inglesa para o Brasil.

Já no Brasil, a principal medida que Dom João tomou foi a "Abertura dos Portos às Nações Amigas", o que representava a quebra do pacto colonial, isto é, o fim da obrigação do Brasil de só fazer comércio com Portugal. Um ato que beneficiava as elites agrárias e mercantis do Brasil e em especial a Inglaterra, ansiosa para compensar as perdas comerciais devido ao Bloqueio Continental. Também em 1810 foram assinados tratados entre Portugal e Inglaterra, com grandes benefícios para essa última. Outro ato de grande importância foi a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal. O Brasil assim não seria considerado mais uma mera colônia. Foi uma jogada portuguesa diante do Congresso de Viena, para justificar a presença da família real portuguesa no Brasil e fortalecendo a posição de Portugal no citado congresso.

Em 1820, houve a Revolução Liberal do Porto. Os revoltosos conseguiram afastar os governantes ingleses presentes em Portugal desde as guerras napoleônicas (Napoleão tinha sido definitivamente derrotado em 1815) e passaram a exigir a volta da família real. Houve a organização das chamadas Cortes portuguesas, com grande influência da burguesia comercial, que já estava influenciada por ideias liberais e, que portanto, desejava o fim do absolutismo real e a implantação da monarquia parlamentar.

Pressionado pelas Cortes, Dom João finalmente volta a Portugal, deixando seu filho, Dom Pedro. Mas as Cortes não se deram por satisfeitas e passaram a exigir o retorno do pacto colonial e a pressionar que Dom Pedro voltasse para Portugal. Com o aumento dessas exigências, Dom Pedro, aconselhado por sua esposa e pelo seu ministro José Bonifácio, resolve então proclamar a independência do Brasil em 07 de setembro de 1822. O Brasil continuaria sendo um país agrícola, com grandes latifúndios, com a permanência da escravidão, com a produção econômica baseada na monocultura de exportação e com grandes dívidas com a Inglaterra, numa dependência econômica que duraria ainda dezenas de anos.

Márcio José Matos Rodrigues - Professor de História

Arte:Vitória de Cássia