quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Livro: Contos Terapêuticos - À procura de respostas.


Engraçado... Sempre escrevo sobre vários escritores por aqui no blog Diário das Gêmeas Paraenses, e raramente falo do nosso livro, lançado no mês de setembro, com o selo da Editora paraense Pakatatu.

É verdade!!!!!! Talvez seja porque estou na fase de ‘’colher os frutos’’ sobre o livro. O que desejo dizer, é que estou ainda reavaliando e analisando as intervenções dos contos terapêuticos usados durante as sessões de terapia ocupacional no hospital em que trabalho.

Bem, estou ciente das possíveis repercussões tanto positivas quanto negativas, que podem surgir, porém estou ‘’aberta’’ para as criticas, já que essa é a minha primeira experiência no mundo literário.

Ah! Vou contar o que já ''colhi'' de positivo!

Na véspera do dia de finados, uma funcionária do hospital onde trabalho, já na saída, me relatou que está gostando muito de ler o livro. Lê no ônibus pela falta de tempo. Foi com lágrimas nos olhos que contou da perda recente da irmã e que ao ler um dos contos ("O menino e a estrela") sentiu-se confortada.

Contou um pouco sobre a perda e do imenso carinho que sentia pela irmã. Do companherismo e do amor. Quando já estávamos nos despedindo, ela me deu um forte abraço e agradeceu por tê-la ajudado. Eu fiquei emocionada e olhei para o céu agradecida.

Sim, um dos meus objetivos com a criação do livro foi ajudar as pessoas enlutadas a ter um novo olhar sobre a morte de uma pessoa querida. No hospital, por ouvir tantos relatos de perdas não elaboradas, resolvi criar dois contos que falam sobre perdas afetivas: ‘’O menino e a estrela’’ e ‘’O abraço’’.

Psiuuuuu...Vou confessar um segredinho, mas prometa que vai ficar ‘’entre nós’’. Posso contar com você? (rs). Falando sério, eu ‘’me doei a cada linha escrita, a cada personagem que criou vida.

Por isso, fico muito feliz em ‘’tocar o coração’’ das pessoas por meio de contos terapêuticos. No caso dela, ela leu e, já no hospital, usei os contos terapêuticos.Com o uso de colas coloridas, E.V.A, pinceis, tintas, tesoura e cola os pacientes simbolizaram por meio de atividades auto-expressivas a sua elaboração.O resultado foi surpreendente!

Sabe por que estou refletindo sobre isto? Porque já ouvi dizer que quando você expõe seus pensamentos, você fica vulnerável a ser ‘’lida do avesso’’, por alguns leitores que querem ‘’ler nas entrelinhas’’ e nem sempre as ‘’entrelinhas’’ são entrelinhas!(rs)

Mas, confesso... Quem sai na chuva é para se molhar, como disse na reflexão do conto ‘’Os pés’’. E a reflexão-incentivo foi: ‘’Mexa-se! Mude! Saia da rotina!’’

São momentos assim, que penso que valeu muito ter publicado o nosso livro, pois era preciso compartilhar o dom que Deus me deu, pois felicidade compartilhada é a certeza de estar cumprindo minha missão na terra.

Na verdade, o  livro levou quase 1 ano  para ser escrito, já que foram 20 contos inicialmente feitos, mas só 15 fizeram parte da primeira edição. Assim como levou cerca de 3 meses para ser aprovado em forma de projeto e quase 1 mês para a revisão pela nossa revisora Sylvia Calandrini, da editora paraense Pakatatu e que agora faz parte do rol dos nossos amigos.

O certo é, que o nosso amigo é presidente da Federação das APAES do Estado do Pará (FEAPAES-PA) o Dr. Emanoel O' de Almeida Filho, que  nos incentivou a publicá-lo, tendo a APAE BRASIL, APLUB e o CARIMBÓ DA SORTE como patrocinadores e  a FEAPAES-PA como realizadora.

Então, resolvi hoje compartilhar ‘’algumas falas’’ dos pacientes, após ter sido feito a ‘’contação de história’’ e feito a atividade direcionada para o contexto do conto.

Quais os recursos materiais? Tintas coloridas, potes de plásticos, lápis de cor, tesoura, cola, papel, canudinho, entre outros, sendo levado em consideração a individualidade de cada paciente, o contexto do adoecimento, as limitações físicas, por exemplo, e o diagnóstico clinico.

P.S: Os contos terapêuticos levam à reflexão, busca de respostas e para  tirar da zona de conforto a criatividade adormecida, já que não possuem objetivo de ‘’dizer o que deve ser feito’’ e até aconselho a  busca por terapias, caso você tenha dificuldade de elaborar suas questões de ordem emocional..

Aqui está uma breve partilha!


·      Conto O poder das palavras: ‘’Palavras ruins machucam, cortam e nos deixam em pedaços’’

·        Conto O ovo: ‘’Entrei igual a um ovo de codorna, mas vou sair igual a um ovo de galinha’’

·      Conto A borracha: ‘’Sou importante na minha casa. Estou sentindo falta de lá!’’

·        Conto O menino e a estrela: ‘’Deu saudade da minha casa e do meu pai que já morreu’’.

·        Conto Os pés: "É muito difícil mudar. Dá trabalho. Não sei se consigo’’.


·        Conto A fuga das vogais: "A união faz a força.Temos que enfrentar nossos problemas’’.


·        Conto A barata : ‘’Que engraçado. Até as baratas são curiosas como a gente’’

Bjs,

Alda