Hoje, vou compartilhar uma
leitura, cujo escritor é Yaguarê Yamã, que significa ‘’Tribo de onças pequenas’’. Sim, é um índio que pertence à nação indígena Mawé.
Na verdade, seu nome de
registro é Ozias Gloria de Oliveira, que lançou este livro de contos que possui como um dos seus objetivos divulgar a cultura dos povos indígenas com suas tradições e
crenças.
Ele ouvia muitas histórias
quando pequeno, histórias contadas pelo seu pai todas as noites e mesmo com
medo, já que após a contação ele tinha que atravessar com outras crianças as
matas em plana escuridão, não perdia nenhuma história.
Foi tentando resgatar essa
rica infância que o escritor resolveu publicar a herança cultural de sua tribo.
Ele viajou até a área indígena Kuatá-Laranjal, no rio Mary-Mary no Amazonas.
É bom ressaltar, que o
escritor preservou o dialeto da tribo e, para resgatá-lo, permitiu o registro nos
contos, tendo o dicionário no final da leitura como consulta.
O certo, é que, infelizmente,
não nos acostumamos a registrar este rico universo ancestral e as histórias
pouco são recontadas de geração a geração.
Deve ser por isso, que uma das propostas do nosso livro: ‘’Contos Terapêuticos: À Procura de Resposta’’, foi da criação de oficinas de contação de histórias, pois acredito que cada um de nós possui muitas histórias para recontar para as novas gerações, mas poucos conseguem deixar registros.
Deve ser por isso, que uma das propostas do nosso livro: ‘’Contos Terapêuticos: À Procura de Resposta’’, foi da criação de oficinas de contação de histórias, pois acredito que cada um de nós possui muitas histórias para recontar para as novas gerações, mas poucos conseguem deixar registros.
Qual conto escolhi? ‘’A
Sukurijú do Ygapó (Sukuriju ygapópúra morõgetá), que conta a história do índio Watiamã-weipu´t, que diziam ser um herói ‘’safado’’,do tipo do famoso Macunaíma (Personagem
criado pelo escritor Mário de Andrade) ou do Baíra, do povo Parintintim (Sobre: http://bit.ly/2mc4O7N)
Este índio ficou admirado
com o lindo sol e resolveu ir pescar. Ele queria pegar muitos peixes na boca do Igarapé (rio pequeno), que ficava próximo ao Igapó (floresta alagada).
Este local tinha a fama de
se um lugar muito visajento (mal-assombrado), mas como ele era muito
corajoso não se deteve a sua canoa e foi embora pescar.
Ele pegou o piná (anzol) com
o caniço e os colocou dentro de seu pikuá (pequena cesta de pesca), além da
malhadeira (rede de pesca) de mica e
partiu.
Remou, remou, até que chegou naquele
Igarapé tão temido. Ele pescava seus peixes até que algo aconteceu. Sim, apareceu
uma imensa sukurijú (serpente muito grande que chega a ter 15 metros).
O que ela fez? Devagar se
aproximou e deu o bote. Ele tentava sair do abraço da serpente. O certo é que, a
serpente quando dá o bote, aperta tanto a sua presa que chega a quebrar os
seus ossos.
Ele lutava, lutava e quando
já estava espumando, quase sem vida, teve uma ideia. O que fez? Conseguiu
soltar um de seus braços e colocou o seu dedo em um orifício da serpente que
logo soltou o índio.
Ufa!!! O herói conseguiu sair
vivo deste encontro e quando já estava voltando para casa, ele olhou para trás
e viu a serpente olhando-o fixamente. Ele fez o quê? Levantou o
braço e mexeu os dedos e a serpente ao ver a cena, saiu se arrastando e nunca
mais se meteu com este guerreiro índio.
Super dica de Leitura!
Quem puder ler o livro na íntegra vai gostar!
Bjs,
Alda
*Imagem da cobra: YouTube