sábado, 25 de março de 2017

Livro: O caçador de Histórias - Sehay Ka`at Haría



Hoje, vou compartilhar uma leitura, cujo escritor é Yaguarê Yamã, que significa ‘’Tribo de onças pequenas’’. Sim, é um índio que pertence à nação indígena Mawé.
(Curiosidades: http://bit.ly/2mUuX9w)

Na verdade, seu nome de registro é Ozias Gloria de Oliveira, que lançou este livro de contos que possui como um dos seus objetivos divulgar a cultura dos povos indígenas com suas tradições e crenças.

Ele ouvia muitas histórias quando pequeno, histórias contadas pelo seu pai todas as noites e mesmo com medo, já que após a contação ele tinha que atravessar com outras crianças as matas em plana escuridão, não perdia nenhuma história.
Foi tentando resgatar essa rica infância que o escritor resolveu publicar a herança cultural de sua tribo. Ele viajou até a área indígena Kuatá-Laranjal, no rio Mary-Mary no Amazonas.

É bom ressaltar, que o escritor preservou o dialeto da tribo e, para resgatá-lo, permitiu o registro nos contos, tendo o dicionário no final da leitura como consulta.

O certo, é que, infelizmente, não nos acostumamos a registrar este rico universo ancestral e as histórias pouco são recontadas de geração a geração.
Deve ser por isso, que uma das propostas do nosso livro: ‘’Contos Terapêuticos: À Procura de Resposta’’, foi da criação de oficinas de contação de histórias, pois acredito que cada um de nós possui muitas histórias para recontar para as novas gerações, mas poucos conseguem deixar registros.

Qual conto escolhi? ‘’A Sukurijú do Ygapó (Sukuriju ygapópúra morõgetá), que conta a história do índio Watiamã-weipu´t, que diziam ser um herói ‘’safado’’,do tipo do famoso Macunaíma (Personagem criado pelo escritor Mário de Andrade) ou do Baíra, do povo Parintintim (Sobre: http://bit.ly/2mc4O7N)

Este índio ficou admirado com o lindo sol e resolveu ir pescar. Ele queria pegar muitos peixes na boca do Igarapé (rio pequeno), que ficava próximo ao Igapó (floresta alagada).

Este local tinha a fama de se um lugar muito visajento (mal-assombrado), mas como ele era muito corajoso não se deteve a sua canoa e foi embora pescar.

Ele pegou o piná (anzol) com o caniço e os colocou dentro de seu pikuá (pequena cesta de pesca), além da malhadeira (rede de pesca) de mica  e partiu.

Remou, remou, até que chegou naquele Igarapé tão temido. Ele pescava seus peixes até que algo aconteceu. Sim, apareceu uma imensa sukurijú (serpente muito grande que chega a ter 15 metros).

O que ela fez? Devagar se aproximou e deu o bote. Ele tentava sair do abraço da serpente. O certo é que, a serpente quando dá o bote, aperta tanto a sua presa que chega a quebrar os seus ossos.

Ele lutava, lutava e quando já estava espumando, quase sem vida, teve uma ideia. O que fez? Conseguiu soltar um de seus braços e colocou o seu dedo em um orifício da serpente que logo soltou o índio.

Ufa!!! O herói conseguiu sair vivo deste encontro e quando já estava voltando para casa, ele olhou para trás e viu a serpente olhando-o fixamente. Ele fez o quê? Levantou o braço e mexeu os dedos e a serpente ao ver a cena, saiu se arrastando e nunca mais se meteu com este guerreiro índio.
Super dica de Leitura!
Quem puder ler o livro na íntegra vai gostar!

Bjs,
Alda

 * Imagem livro: Amazon.com.br
 * Para saber mais um pouco sobre a sukurijú (Sucuriju): http://bit.ly/2mcbsel
*Imagem da cobra:  YouTube