quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Educação positiva prepara os profissionais de amanhã




 

Pequenas e médias empresas podem ter um papel social importante se promoverem valores e ajudarem a prevenir a violência

Tenho insistido muito, em meus artigos e palestras, na questão do impacto das iniciativas de responsabilidade social e sustentabilidade nas pequenas e médias empresas.

Defendo que não são necessários grandes investimentos para mudar padrões e, assim, gerar benefícios para a empresa e a sociedade. Às vezes, até por serem mais ágeis, as pequenas e as médias conseguem resultados expressivos em curto período.

Durante a Rio+20, discutiu-se muito a questão da democratização da informação e da educação como forma de construir uma sociedade melhor. Em minha opinião, as pequenas e as médias empresas podem ser protagonistas desse movimento, pois são responsáveis pela maioria dos empregos do país.

É um setor que sente a competitividade bater à porta constantemente e sofre com a rotatividade de mão de obra. Como a responsabilidade social empresarial pode contribuir para a diferenciação da sua marca, para atrair e reter talentos e ainda vender mais? A resposta não é simples, mas o caminho é claro: o modelo de gestão deve ser baseado em valores. Além de oferecer produtos ou serviços de qualidade, o empreendedor precisa desafiar-se a entregar valor, ou seja, contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável da sociedade.

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Um dos projetos que exemplificam essa relação favorável de custo-benefício em termos de responsabilidade social no universo das pequenas e das médias é o compromisso com a educação positiva. Isso se traduz num esforço de conscientização. Se as empresas se empenharem em divulgar, junto aos seus quadros de colaboradores, parceiros e clientes, a importância dos princípios da educação sem o uso da violência domiciliar, melhoraríamos muito a formação de cidadãos de bem.


A violência doméstica ou o castigo físico geram consequências irreparáveis para a saúde física e emocional das crianças e dos jovens e infelizmente ainda ocorrem com frequência em nosso país. Considerando que o primeiro emprego em geral é conquistado por meio das pequenas empresas, fazemos parte de um elo social importante. A consciência da educação positiva é fundamental para transformarmos a realidade dentro e fora de casa.

Como formar e educar as crianças sem recorrer ao castigo físico? A resposta está em utilizar estratégias que valorizem as atitudes positivas das crianças, que não recorram a violência de nenhum tipo e que promovam o desenvolvimento físico, emocional e social dos filhos de forma saudável e participativa – é o que chamamos de educação positiva.

O empregador pode e deve usar sua influência junto ao público interno, aos fornecedores e aos clientes para divulgar questões como essa. Às vezes, simplesmente por falta de informação, muitos pais se utilizam de força para educar seus filhos, sem conhecer as consequências futuras. A busca de uma possível reparação acaba por acontecer na escola, na igreja, nas empresas ou em consultórios. Mas, se agirmos nas causas, toda a sociedade se beneficiará.

Para mobilizar pessoas em torno de uma causa não é preciso grande quantidade de recursos. Basta uma conversa franca e aberta com os colaboradores, a promoção de visitas e comemorações com familiares na empresa, a criação de materiais informativos sobre o tema, tanto impressos como na web, notícias e campanhas no jornalzinho interno, ações de marketing que orientem e mobilizem os consumidores, entre outras iniciativas.

Ao cuidar das nossas crianças e jovens, estamos também investindo no futuro das nossas empresas, agregando valor à marca e desenvolvendo relações mais fiéis e baseadas em valores. Pense nisso e aja para a formação de uma sociedade menos violenta e mais feliz.

Autor: Claudio Tieghi é presidente da Associação Franquia Sustentável (Afras) e diretor de responsabilidade social do grupo Multi Holding


Arte e pesquisa para o Blog Diário das Gêmeas Paraenses: Vitória de Cássia