segunda-feira, 7 de março de 2016

Livro: Paulo Mendes Campos – Primeiras leituras Crônicas.

Lendo este livro, ‘’Paulo Mendes Campos – Primeiras Leituras Crônicas, relembrei quando eu, a ‘’mana abençoada’’ e os nossos pais, passamos as férias no Rio de Janeiro.

Cidade Maravilhosa sim! O Corcovado, o passeio de bondinho, a caminhada no Calçadão de Copacabana e entre tantas belezas daquela cidade de pessoas alegres, de muitas cores e sons.

Mas, ao ler uma das suas crônicas, aqui no livro, ‘’Cuidado com os velhos’’, veio à mente uma situação ocorrida no hospital em que trabalho. O escritor refletiu sobre o envelhecer e seus por menores. Cito algumas frases:

ü  ’Respeitemos o silêncio da idade; e que nos respeite mais tarde ou daqui a pouco’’

ü  ‘’Tantos gestos afetivos lesam mais que confortam, tantas solicitudes desastradas arranham feridas latentes’’.

ü  ’Não ter muito juízo é a sabedoria da velhice’’

Bem, lembrei de dois casos: Duas senhoras com mais de 50 anos de idade que tiveram AVC (acidente vascular encefálico). Ambas acamadas e dependentes dos familiares para suas AVD´S (atividades de vida diária).

A primeira ficou mais de 15 dias. Vi quando se irritava quando as filhas ficavam abraçando e beijando toda hora. Ela não falava, mas jogava o braço de forma incoordenada, mostrando seu desconforto naquela situação.

 A outra... Bem, indiferente ao meio. Algumas raras vezes, abria os olhos e tentava falar. Porém, naquele dia da avaliação, não apresentou respostas adequadas aos estímulos táteis por exemplo.

Vi sobre a mesa uma mamadeira, então, perguntei à acompanhante o que significava. Ela disse, que foi a maneira mais fácil encontrada pela família para alimentá-la.

Pois bem, orientei como poderia fazer sem ter que usar a mamadeira e perguntei se ela tinha alguma reação quando estava com a mamadeira na boca. Ela mencionou... "Ela resmunga e fica olhando para nós’’.

Enfim, entendo que quem possui um ente internado, faz o possível e o impossível para suprir todas as necessidades daquele ser amado. Sei que o amor transborda naquelas horas e chega até ser exagerado, principalmente quando o paciente precisa de descanso.

Mas, é preciso compreender que um paciente nem sempre está confuso e desorientado e alguns estão apensas limitados fisicamente. Assim, tratá-los como criança diminui sua autoestima. Um dia, uma senhora disse: "Já basta a fralda, agora até comida na boca quer dar. Pode isso hein?’’ (65 anos, 2 AVCs).

Um bom livro para ser lido e apreciado.

Indicação de leitura!

Bjs,

Alda