sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O dedo na boca.


Começa a ser freqüente encontrar crianças com o dedo na boca. Bem, onde trabalho, tenho o hábito de ver esta ‘’infração dental’’(rs). Falar do mal do ‘’pipo’’ou‘’chupeta’’, como dizem, na boca, principalmente quando a criança já possui dentes.

Não! Não pense que são bebês de colo! Não mesmo!São crianças na faixa etária entre os 4 e 6 anos.Sim! Elas não só andam de chupeta nas ruas, como ‘’dedão na boca’’.

Vi hoje esta cena. Fiquei pensando. Se a mãe diz ser zelosa com o seu filho para não pegar doenças, como é que deixa a criança colocar o ‘’dedão na boca’’, sem ter medo da criança ter pelo menos uma doença transmitida pelas sujeiras da mão.

Fiquei observando a menina e o seu dedão na boca. Estava sentada no colo da mãe. A mãe indiferente à cena. Passava as mãos no cabelo da criança na maior normalidade.

Bom, fiquei pensando que ela deveria ser uma criança insegura e que usava o ‘’dedo na boca’’ como forma de proteção inconsciente. Não sei se você já ouviu falar do brinquedo afetivo, onde a criança o usa na fase de transição do bebê, que cresce e começa a ganhar autonomia.

Olhei mais uma vez e a criança parecia que estava ‘’’gostando da situação’’(rs), pois me olhava com aquele olhos de ‘’estou chupando sim,o meu dedão’’(rs).

O certo, é que parei de olhar, senão a mãe poderia pensar que eu era, sei lá, uma seqüestradora (rs). Foi ai que vagou uma cadeira ao seu lado e ela colocou a menina sentada perto da janela.

É incrível... Ela parou de chupar o ‘’dedão’’ e ficou apreciando o movimento dos carros e das pessoas apressadas na rua. Daí, conclui que a criança estava insegura diante de um ônibus lotado, com pessoas estranhas a ela, e ao ser colocada perto da janela, ela sentiu-se segura já que sua mãe estava ao seu lado.

Vejo que hoje as crianças estão sendo negligenciadas em sua condição de proteção. Tornando-se inseguras diante do outro e do desconhecido. Não há mais aquele diálogo em que a mãe conversava com a filha, perguntando o porquê dos seus medos.

Hoje, algumas crianças são vestidas como adultos, mas comportam-se como bebês!! E alguns pais estão agindo como crianças, quando brigam com os seus filhos dizendo: ’’Você já é mocinha (criança com 6 anos de idade), para estar agindo assim ou ‘’Você ainda é criança (pré-adolescente), para escolher a roupa que vai sair’’.

Precisamos ver as crianças como crianças, os adolescentes como adolescentes e os adultos como adultos, pois tudo tem uma fase que inicia e termina um ciclo.

Bjs,
Alda