Quando estava dando uma
palestra na maternidade no hospital onde trabalho, recebi uma pergunta de um pai:
’’ Posso usar o bebê conforto em casa ?’’. Bem, usar pode, mas conscientizei
este pai da importância de manter o filho no ‘’conforto do abraço’’ dele e das ‘’queimas
de etapas de desenvolvimento’’ e o pior,a criança fica ''mal posturada'' e o risco de asfixia é grande quando ele é transversal.
É claro que quando diante de
uma saída: sim! Mas, nada tão prazeroso que ‘’acalentar, acarinhar’’ o filho. Momento
único e especial. Sempre digo para os pais no final da minha intervenção terapêutica:
‘’Você recebeu de Deus um presente grandioso. O melhor presente! Eles vieram ao
mundo para serem amados... AME ! Toque beije e estimule!’’.
Pois bem, fui pesquisar nos
meus arquivos e encontrei um arquivo na Revista ‘’Pais & Filhos’’, do Dr. Antonio
Carlo de Souza Aranha, pediatra antroposófico e vou compartilhar por aqui:
Para o Dr. Aranha o uso abusivo é em nome da ‘’tal
tranquilidade’’ e pode provocar limitações no desenvolvimento da criança nesta
fase tão importante que vai do nascimento aos 2 anos de idade.
Segundo ele, existem
mudanças significativas no desenvolvimento motor diante do uso prolongado. Ele
aconselha os pais a colocarem seus bebês, quando acordados,no chão a partir dos
3 meses.
Ele denomina o sucesso do
bebê ao fato de já deixar a criança em uma posição confortável sem muitos
esforços motores, para alcançar melhor equilíbrio.
Por fim, ele também fala dos
prejuízos do andador, o tal ‘’andajá’’. Neste caso, sempre falo para os pais
que entre tantos prejuízos: "Criança não anda...Arrasta". Tem menor equilíbrio na
fase do andar, distúrbios motores, na fala, com cognição e prejuízos comprovados no aprendizado, além da diminuição do vínculo mãe/pai/bebê.
Um dia, uma mãe de criança síndrome
de Down perguntou: ’’O que faço?Ganhei um andajá novinho? Bem, de forma bem
humorada digo: ’’Pendure as roupas do bebê, calcinhas e toalhas de mãos, pois se
será prejudicial ao seu filho, não queira dar para outra criança’’.
Enfim, sou incentivadora de
posições de ‘’agregamento’’ quando a criança não estiver dormindo. Até falo: ‘’Boa
posição para que o seu bebê já sinta o seu amor incondicional. Por isso, converse,
cante e conte histórias... Bebê conforto? Ahhhh! Colo é bem melhor que o bebê ‘’fica
aí’’ (rsrs)
Bjs,
Alda de Cássia