É muito difícil ver uma paciente lutando pela vida. Respiração
ofegante, apática, pele fria, movimentos lentos do corpo e tentativas de se
comunicar verbalmente: olhar buscando comunicação com o outro.Um olhar de
suplica: ‘’Façam alguma coisa por mim.Salvem-me!!’’
O que fazer a mais? Um oxímetro (é um instrumento que mede a
variação de oxigênio no cérebro e batimentos cardíacos) colocado no dedo tenta verificar ‘’o que fazer a mais’’ para a
paciente ficar mais estável.
A fisioterapeuta aspira para impedir que a salivação
excessiva sufoque a paciente dificultando uma melhor respiração. O médico e a fisioterapeuta tentam diminuir o desconforto respiratório.
Um buscando no conhecimento especifico do outro, alinhando idéias e ações. O
enfermeiro e a terapeuta ocupacional estão ali buscando auxiliá-los no objetivo
de impedir o agravamento da paciente ou a sua morte, mesmo sabendo que o seu
quadro é grave.
Os pacientes e seus acompanhantes estão ali, na enfermaria, em
sintonia com a equipe. Orando ou silenciando, mas buscando não interferir nas
condutas da equipe. O silêncio de todos, que em certo momento, falavam ‘’o que
fazer a mais?’’
Quanto tempo a paciente ainda vai ficar em ‘’sofrimento’’
respiratório? Não sabíamos, mas nós todos da equipe tínhamos a certeza que não arredaríamos
o pé dali sem estabilizar o quadro clínico da paciente...Assim foi durante cerca de 3 horas e em nenhum momento pensávamos em desistir de salvá-la.
A hora passava. A paciente oscilava entre uma pequena melhora
e uma estabilidade aparente. O que fazer a mais? Foi feito tudo e mais um pouco
dentro das nossas limitações, e acima de tudo, o melhor que poderíamos fazer
para salvar aquela paciente que era ‘’o amor de alguém’’ como a assistente social da equipe sempre fala quando deseja falar sobre humanização no
atendimento ao paciente.
O amor de alguém... Talvez seja por isso que a equipe não
saiu de lá, enquanto não fez tudo que poderia fazer naquele momento, e, graças a
Deus, que no dia seguinte ela já estava apresentando uma pequena melhora na UTI,
mas necessitando de transferência especifica para tratamento adequado já que, o seu quadro era grave!
Enfim, meu relato foi real e o desejo de compartilhar o que
senti naquele dia foi para homenagear todos aqueles que naquele dia não mediram
esforços para cumprir sua missão de amor: Médico (Dr.Rafael), Roberta
(Fisioterapeuta), Fabrício (Enfermeiro), ''Rutinha'' Elena (Técnica de enfermagem)... Não
fizemos mais que a nossa obrigação e sim fomos instrumentos de Deus, cada um na
sua especialidade e especificidade, para salvar ‘’o amor de alguém’’ como diz a
Neuza (Assistente Social).
Feliz por fazer parte da Equipe!
Impossível não deixar registrado !
Humaniza Sus
*Equipe - Profissionais do Hospital da Ordem Terceira
Feliz por fazer parte da Equipe!
Impossível não deixar registrado !
Humaniza Sus
*Equipe - Profissionais do Hospital da Ordem Terceira
Alda de Cássia