Lendo este livro, ‘’Paulo
Mendes Campos – Primeiras Leituras Crônicas, relembrei quando eu, a ‘’mana
abençoada’’ e os nossos pais, passamos as férias no Rio de Janeiro.
Cidade Maravilhosa sim! O
Corcovado, o passeio de bondinho, a caminhada no Calçadão de Copacabana e entre
tantas belezas daquela cidade de pessoas alegres, de muitas cores e sons.
Mas, ao ler uma das suas
crônicas, aqui no livro, ‘’Cuidado com os velhos’’, veio à mente uma situação
ocorrida no hospital em que trabalho. O escritor refletiu sobre o envelhecer e
seus por menores. Cito algumas frases:
ü ‘’Respeitemos
o silêncio da idade; e que nos respeite mais tarde ou daqui a pouco’’
ü ‘’Tantos
gestos afetivos lesam mais que confortam, tantas solicitudes desastradas
arranham feridas latentes’’.
ü ‘’Não
ter muito juízo é a sabedoria da velhice’’
Bem, lembrei de dois casos:
Duas senhoras com mais de 50 anos de idade que tiveram AVC (acidente vascular
encefálico). Ambas acamadas e dependentes dos familiares para suas AVD´S (atividades
de vida diária).
A primeira ficou mais de 15
dias. Vi quando se irritava quando as filhas ficavam abraçando e beijando toda hora.
Ela não falava, mas jogava o braço de forma incoordenada, mostrando seu
desconforto naquela situação.
A outra... Bem, indiferente ao meio. Algumas
raras vezes, abria os olhos e tentava falar. Porém, naquele dia da avaliação,
não apresentou respostas adequadas aos estímulos táteis por exemplo.
Vi sobre a mesa uma
mamadeira, então, perguntei à acompanhante o que significava. Ela disse, que
foi a maneira mais fácil encontrada pela família para alimentá-la.
Pois bem, orientei como
poderia fazer sem ter que usar a mamadeira e perguntei se ela tinha alguma
reação quando estava com a mamadeira na boca. Ela mencionou... "Ela
resmunga e fica olhando para nós’’.
Enfim, entendo que quem
possui um ente internado, faz o possível e o impossível para suprir todas as
necessidades daquele ser amado. Sei que o amor transborda naquelas horas e
chega até ser exagerado, principalmente quando o paciente precisa de descanso.
Mas, é preciso compreender
que um paciente nem sempre está confuso e desorientado e alguns estão apensas
limitados fisicamente. Assim, tratá-los como criança diminui sua autoestima. Um
dia, uma senhora disse: "Já basta a fralda, agora até comida na boca quer
dar. Pode isso hein?’’ (65 anos, 2 AVCs).
Um bom livro para ser lido e
apreciado.
Indicação de leitura!
Bjs,
Alda