Tenho recebido com
insistência, o pedido do meu pai para escrever sobre ‘’Autismo’’, já que o dia
2 de Abril foi o "Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo". Por
trabalhar com crianças Autistas, nosso pai sugeriu este bate-papo aqui.
Pensei como poderia abordar
este assunto, já que nem todos têm acesso às informações mais atualizadas sobre
o assunto. Ouço muito, alguns dizerem, que é ‘’aquela criança que fica rodando
os brinquedos’’.
Vou tentar falar de uma
maneira bem acessível, para quem não tem conhecimento sobre o assunto. Vamos lá!
Na revista "Síndromes-Revista Multidisciplinar de Desenvolvimento Humano", o Dr. Rosemberg
que possui graduação em Medicina, Mestrado e Doutorado em Psicologia na PUC (Pontifícia Universidade Católica), fala do
Tratamento nos Transtornos do Espectro do Autismo (TEA).
Segundo ele: ‘’são
transtornos neuropsiquiátricos, que se caracterizam por padrões de atraso;
desvio do desenvolvimento nas áreas de comunicação, socialização e habilidades
cognitivas. Tendo em vista que o início é antes dos 3 anos de vida, há uma
interrupção no curso do desenvolvimento das habilidades mencionadas e
frequentemente se associa à retardo mental.’’
Na revista "Grandes
Temas do Conhecimento, Psicologia Especial, Autismo" da Editora Mythos,
que trata o Transtorno do Espectro do Autismo o autor Renan Fasolin Medeiros,
que é psicólogo graduado pela UNESP, com ênfase em Processos Clínicos e Saúde
Mental, na abordagem Psicanalítica, menciona que o autismo não é uma doença e
sim uma ‘’condição’’, ou seja, um ‘’conjunto de características que afeta o
desenvolvimento ou a capacidade de socialização, com as outras pessoas’’.
Vejam que nos dois conceitos
fala-se nas dificuldades de socialização, ou seja, de interagir com outras
pessoas. Atendo crianças que, muito embora estejam no meio de muitas pessoas,
agem com se não houvesse ninguém ao seu redor.
Sempre digo para os pais: ’’Não
queiram que ela entre em seu universo e sim entre no universo dela". Qual
o universo? Aquele
que os separa. Digo que façam ‘’uma ponte’’ e atravessem ao invés de ficar em cima
do muro querendo encontrar um modo de pular e ser aceito do outro lado’’.
Após, a grande divulgação nas mídias sociais sobre o Autismo, o número
de pais procurando ‘’descobrir
‘’ se o filho é autista ou não, aumentou muito. Antes, recebíamos crianças com
mais de 7 anos de idade e hoje, antes dos 3 anos de idade já há uma procura por
uma avaliação terapêutica.
Atendendo ao pedido de nosso pai, quero dizer que a maior prova de amor
que os pais dão aos seus filhos é permitir que eles cresçam felizes. Que tenham
qualidade de vida e que se desenvolvam como todas as crianças, de acordo com a
sua faixa de desenvolvimento neuro-psicomotor.
Se você conhece uma criança autista ou é mãe ou pai de uma, quero
dizer-lhe que ela ‘’não vive no mundo da lua’’, porque estrelas que brilham no
céu não se preocupam em ocupar lugar, apenas brilham.
Então, deixe-as brilhar. Estrelas nascem estrelas. Tem intensidades e brilhos
próprios. Nenhuma é igual à outra.
Não se esqueça disso!
Bjs da Alda