Neste dia... Quero deixar a minha gratidão aos meus pais, pois eles nos incentivaram a ler desde a infância.Hoje leio, escrevo e conto muitas histórias.
Aproveito para compartilhar um conto que fiz em homenagem ao nosso saudoso pai.O nosso primeiro livro de contos terapêutico!
CONTO: O MENINO E A ESTRELA
Desde
pequeno, Aldo sonhava tocar as estrelas. Mas estavam muito acima dele e
seus braços não chegavam até lá. Seu pai tentava esticá-lo, erguê-lo o
mais alto que podia. Mas não bastava!
Um dia, seu pai encontrou-o chorando em seu quarto. Ao perguntar o porquê, ele teve como resposta:
— Como poderia sentir Deus em meu coração, se não consigo nem tocar as estrelas, papai!
Seu
pai tinha o hábito de dizer que Deus acende as estrelas quando precisa
ver o rosto de seus filhos mais perto. Principalmente os olhos, que
carregam a pureza de seus corações. Também dizia que os corações bons
são capazes de iluminar o céu, como milhares de estrelas juntas, e, ao
orarmos, acendemos a luz no quarto de Deus e Ele nos reconhece pela fé
em forma de oração. Assim o pai falou:
— Existem várias formas de tocar as estrelas e de saber que Deus vai te ouvir!
— Mas, papai, eu quero tocar as estrelas! Por que Deus não me deixa tocá-las? Ele não me ouve!
— Filho, você reza à noite?
—
Claro, papai! Rezo sim! Ontem, quando morreu nosso passarinho, eu pedi a
Deus para não levá-lo para longe de mim. Só que Ele não me ouviuuuuu...
— Filho! Deus não tirou o seu passarinho, Ele o levou para cantar no céu. Aqui ele não mais cantava. Estava doente!
— E se eu adoecer? Deus me leva também?
— Não, porque eu vou cuidar de você. Vou dar remédio e você ficará curado!
— Eu cuidei do meu passarinho. Dei remédio, mas ele morreu!
Elias
tentava em vão convencer seu filho de que cada um de nós tem a sua
hora. E que a morte vem como a brisa do amanhecer, silenciosa em sua
obra. Mas seu filho só tinha 8 anos de idade e entender sobre a morte
nesta fase da vida era algo ainda difícil. Foi então que resolveu subir
na laje. E sentado com seu filho no colo deu-lhe um binóculo...
— Coloque em seus olhos, filho! Diga-me: o que você vê?
— Olheeee... as estrelas estão tão pertinho!
— Toque-as então!
— Já toquei!
—
Então, Deus acabou de ouvir suas orações! Agora Ele vai cuidar do seu
passarinho e, todas as vezes que uma estrela brilhar no céu, você saberá
que Deus acendeu essa estrela para iluminar o voo do seu passarinho.
----- PARA REFLETIR ----
Nas
tristezas que dilaceram o nosso eu, Deus fala! Não nos julga, culpa ou
condena, simplesmente permite que respondamos pelos nossos atos. Ele
permite o adoecer do corpo para nos despertar o cuidado com a saúde, por
exemplo.
Se
a doença, a morte fossem algo ruim, Deus não deixaria que existissem em
nossa vida. O padre Léo, em um dos seus últimos livros, chamado Buscai
as coisas do Alto, escreveu que, quando alguém que amamos morre, vai
para perto de Deus e é onde todos nós um dia queremos estar!
É
verdade! A perda sempre é dolorosa, mas se pensarmos bem, não é fácil
ver quem amamos sofrendo em um leito de hospital por maior que sejam os
recursos médicos existentes.
E
não saber dizer “o porquê” de tanto sofrimento, se aquela pessoa sempre
foi “boa”; cada um tem sua forma de ver essa partida. Eu tenho! Você
também tem! O que vai nos deixar mais próximos é sabermos que Deus não
nos desampara na dor e nem a nossa família e os amigos.
Segundo Santo Agostinho de Hipona: “Deus está mais próximo de nós do que nós de nós mesmos” (In: Confissões).
Penso
que, Deus fala de várias formas aos seus filhos. Quando o sol nasce, na
chuva que cai para esfriar o dia quente, no sorriso de uma criança e em
um abraço de gratidão!
É
preciso aprender a escutar e sentir o seu toque de amor e de proteção! E
quando olhar uma estrela no céu ao fazer sua oração, acredite que
aquela estrela que você de repente viu piscar é Deus que acendeu a luz
do seu quarto para dizer que ama você!
Alda de Cássia
Capa: Vitória de Cássia
Realização: FEAPAES-PA , APAE BRASIL
Patrocínio: APLUB e CARIMBÓ DÁ SORTE
Editora: Paka-Tatu