O poeta ‘’sai de si‘’ e encontra nas palavras asas para voar. Um voo em direção ao horizonte, mas sem hora para chegar. Até porque, o poeta não pode se limitar em seu voo, caso contrário ficara preso á realidade e não ao imaginário.
O poeta sonha alto, sonha sem se preocupar se será criticado por mentes limitadas e presas a preconceitos. O poeta dá vida, em terras semi-áridas, coloca cor no preto e branco assim como dá aroma marcante no mundo confuso de tantos cheiros.
Mas, o poeta também sabe que nem todos vão compreendê-lo nos seus devaneios, pois alguns poucos vão imaginá-lo como alguém sofrido de amor e que renuncia à normalidade em nome dos seus ‘’insights’’.
Enfim, a última estrofe é de uma identidade própria do ‘’Ser Poeta’’, que é o exagero de sentimentos propositais. Pois o poeta ama cada momento e o transforma em palavras, que se eternizam como o primeiro beijo roubado em sua amada.
‘’Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
do que os homens, morder como quem beija
É ser mendigo e dar como quem seja
É ser rei do reino de aquém e de além dor
É ter de mil desejos o explendor
E não saber sequer que se deseja
É ter ca dentro um astro que flameja
É ter garras e asas de condor...
É ter fome, é ter sede de infinito
Por essas manhãs d'ouro e de cetim
É condensar o mundo num só grito...
E é amar-te assim, perdidamente
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando, a toda a gente...’’
,
Alda de Cássia