"Será que um atleta
conseguiria ganhar uma medalha de ouro nas Olimpíadas se treinasse apenas no
dia anterior à prova? E um cantor de ópera, seria capaz de executar uma ária
com exímia precisão, sem sair do tom nem desafinar se não exercitasse sua voz
diariamente? Provavelmente não. Nessas e em muitas outras atividades
profissionais, os resultados acima da média só são obtidos por meio de um
esforço concentrado, muita dedicação e foco. O mesmo princípio se aplica à
construção de relacionamentos pessoais e, principalmente, de trabalho. Hoje,
para se ser bem sucedido no mundo dos negócios, mais importante do que criar
uma boa rede de relacionamento – o chamado networking – é fundamental
mantê-la ativa e renová-la constantemente com a inclusão de novos integrantes.
No passado não muito distante, uma
prática usual era a troca de cartões de visita, de papel, que em geral
ficavam arquivados numa caixinha em cima da mesa e os contatos eram feitos
quase que exclusivamente se houvesse uma real necessidade, para fins profissionais
e de negócios. Na maioria das vezes esses cartões, assim como seus donos,
ficavam esquecidos num canto e em muitos casos só eram acionados quando a
pessoa precisava de alguma ajuda ou perdia o emprego e recorria a esses
contatos em busca de uma recolocação.
Atualmente, em plena era digital,
em que tudo tem que ser mais dinâmico, o networking ficou aparentemente mais
fácil em decorrência do crescimento e da popularização das redes sociais,
como o LinkedIn, Facebook, Foursquare e Formspring, entre outras, só para
citar as mais conhecidas, e da facilidade de acesso a elas por meio de
celulares, smartphones e demais dispositivos móveis. Os contatos estão lá, na
rede – os familiares, os amigos, os colegas de escola e do trabalho, os que
conhecemos num almoço ou evento de negócios, os que não conhecemos, mas os
aceitamos em nossa lista porque nos mandaram uma solicitação de amizade, ou
por várias outras razões. E essa rede aumenta a cada dia, e a grande questão
é o que fazer com ela.
A resposta é simples:
relacionar-se. De que forma? De várias. Cumprimentar as pessoas no dia de
seus aniversários, prestigiar eventos que elas estão promovendo ou
divulgando, parabenizá-las por algo que tenham feito como publicado um livro
ou um artigo em alguma revista, por terem sido promovidos, e por tantas
outras situações. Mas só isso não é suficiente. Mais uma vez é preciso
lembrar que networking é algo que deve ser exercitado constantemente, como o
músculo do atleta, a voz do cantor, e tudo que requer empenho e comprometimento
para funcionar corretamente sempre, e não só quando necessário. Deve-se ir
além do ambiente virtual. Convidar um gerente de outra área da empresa, ou
profissionais que tenham os mesmo interesses que os seus, por exemplo, para
um almoço ou um café; aceitar os convites semelhantes vindos de outras
pessoas, inclusive e principalmente das que se acabou de conhecer. É
fundamental programar-se para que essa prática seja incluída na agenda
semanal e que passe a fazer parte da rotina. Sim, isso também é trabalho.
Deve-se também buscar a aproximação
com pessoas cujo perfil se mostra interessante para futuras oportunidades ou
mesmo para a troca de conhecimentos. Para isso, basta convidá-las para fazer
parte de algumas de suas redes e após terem aceitado, pode ser iniciada uma
conversa pelo meio virtual para identificar interesses e gostos comuns, para,
num segundo passo, programar um encontro pessoal, para tomar um café, por
exemplo, num local em que seja possível conversar sobre negócios ou assuntos
de interesse mútuo e profissional.
Outro ponto fundamental para um bom
networking é mostrar-se disponível para auxiliar as pessoas de sua rede no
que elas precisarem, seja um conselho profissional, uma dica de emprego, uma
sugestão para solucionar um problema específico e coisas do tipo.
Parafraseando John F. Kennedy, presidente dos EUA, não pergunte o que seus
contatos podem fazer por você; pergunte o que você pode fazer por eles. Seja
proativo e solidário, contribuindo com o outro antes mesmo de receber algo. Construir
uma rede dá trabalho e necessita foco, persistência e estratégia. Quem fica
só no bate-papo com os colegas de trabalho, jogando conversa fora na hora do
cafezinho, pode até ser visto como um cara legal, mas com certeza não está
construindo uma rede de forma estratégica para si próprio."
Autora: Sandra Turchi – Palestrante
sobre Marketing Digital
Graduada em administração de empresas
com especialização em marketing pela FEA-USP, pós-graduada pela
FGV-EAESP. Tem MBA pela Business School São Paulo, com
especialização na Toronto University e é também especialista em
empreendedorismo pela Babson University, de Boston.
Fonte:
http://www.sandraturchi.com.br/artigos/04/networking-no-mundo-digital/
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