Hoje é dia de vestir verde e amarelo e sair as ruas para ver o
desfile militar. Quem nunca foi às ruas neste dia? É dia de lembrar da nossa
infância. Saíamos de bandeirinhas nas mãos e ficávamos encantadas com tantos
uniformes dos militares. Achávamos o máximo! A nossa mãe queria que fôssemos
militares quando crescêssemos (rs). São tantas as histórias que ficaria horas
conversando por aqui.
Vamos lá! Pedimos para o nosso associado, Márcio Rodrigues, fazer
uma homenagem para este dia por meio de um resumo histórico para enaltecer a
data. E ele topou o desafio! Segue abaixo um pouco da origem histórica do dia 7
de setembro.
Abs,
Vi e Alda
No dia 07 de Setembro se comemora a independência do Brasil. É uma
data que marca a nação brasileira, pois representa o momento que o príncipe Dom
Pedro decide romper com a antiga metrópole, Portugal e assim declarar o Brasil
independente.
Os fatos importantes que deram início a um processo que culminou
com a independência política do Brasil foi a chegada da família real portuguesa
no Brasil em 1808, depois de ter fugido das tropas napoleônicas. A Europa de
então estava sob a pressão de um conflito que envolvia a França, liderada pelo
imperador Napoleão Bonaparte, que tinha se tornado uma potência militar e de
outro lado a Inglaterra, uma potência industrial e marítima.
A Inglaterra para enfraquecer a França, bloqueou portos europeus
para prejudicar o comércio francês e Napoleão para atingir o comércio inglês
com os países europeus decretou o Bloqueio Continental. O imperador francês
queria forçar o príncipe regente Dom João a aderir ao bloqueio, mas ele temia a
reação da Inglaterra, com sua poderosa marinha e, além disso, o reino inglês
era aliado de longa data de Portugal.
Dom João ficou ganhando tempo, pois não queria ser atacado pela
marinha inglesa e nem ver Portugal invadido pelos franceses. Mas, afinal, teve
de se decidir e, junto com milhares de funcionários, nobres, soldados e mais os
seus familiares, embarcou sob proteção da marinha inglesa para o Brasil.
Já no Brasil, a principal medida que Dom João tomou foi a
"Abertura dos Portos às Nações Amigas", o que representava a quebra
do pacto colonial, isto é, o fim da obrigação do Brasil de só fazer comércio
com Portugal. Um ato que beneficiava as elites agrárias e mercantis do Brasil e
em especial a Inglaterra, ansiosa para compensar as perdas comerciais devido ao
Bloqueio Continental. Também em 1810 foram assinados tratados entre Portugal e
Inglaterra, com grandes benefícios para essa última. Outro ato de grande
importância foi a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal. O
Brasil assim não seria considerado mais uma mera colônia. Foi uma jogada
portuguesa diante do Congresso de Viena, para justificar a presença da família
real portuguesa no Brasil e fortalecendo a posição de Portugal no citado
congresso.
Em 1820, houve a Revolução Liberal do Porto. Os revoltosos
conseguiram afastar os governantes ingleses presentes em Portugal desde as
guerras napoleônicas (Napoleão tinha sido definitivamente derrotado em 1815) e
passaram a exigir a volta da família real. Houve a organização das chamadas
Cortes portuguesas, com grande influência da burguesia comercial, que já estava
influenciada por ideias liberais e, que portanto, desejava o fim do absolutismo
real e a implantação da monarquia parlamentar.
Pressionado pelas Cortes, Dom João finalmente volta a Portugal,
deixando seu filho, Dom Pedro. Mas as Cortes não se deram por satisfeitas e
passaram a exigir o retorno do pacto colonial e a pressionar que Dom Pedro
voltasse para Portugal. Com o aumento dessas exigências, Dom Pedro, aconselhado
por sua esposa e pelo seu ministro José Bonifácio, resolve então proclamar a
independência do Brasil em 07 de setembro de 1822. O Brasil continuaria sendo
um país agrícola, com grandes latifúndios, com a permanência da escravidão, com
a produção econômica baseada na monocultura de exportação e com grandes dívidas
com a Inglaterra, numa dependência econômica que duraria ainda dezenas de anos.
Márcio José Matos
Rodrigues - Professor de História
Arte:Vitória de Cássia