Sim, a proposta hoje é
ajudar você a contar um conto. Dia desses uma amiga minha perguntou: "Como
você faz para criar os seus contos?’’. Na hora respondi que ‘’coloco a
realidade com uma pitada de imaginação’’.
Em casa comecei a pensar
sobre aquela pergunta. Sempre criei, sem determinar o que criar. Eu
simplesmente pegava uma caneta e um papel ou a tela do computador e fazia o que
vinha a mente.
Isso no inicio, mas, com o
tempo, comecei a andar na bolsa com caneta e papel, pois cada cena observada de
uma briga, um beijo ou uma criança sorrindo era motivo de inspiração. E olhe
que, até hoje, ter na bolsa caneta e papel é mais importante para mim que ter
um batom (rs).
É difícil escrever um conto?
Você poderia perguntar. Não, desde que você goste de ler e domine algumas
regras básicas, pois criar é ter um repertório de informações, que possam ser
acionadas automaticamente.
Ah, é preciso ser perceptivo
ao ambiente também. Ser capaz de captar até o cachorro atravessando a rua e com
risco de ser atropelado, até uma passageira passando pela catraca com um
‘’passe livre’’ na boca.
Vamos lá! Vamos pegar o
exemplo da passageira do ônibus. Bem, o cenário já existe – dentro de um
coletivo. Os personagens: a passageira, que pelo jeito é mulher, o cobrador, o
motorista e os passageiros.
Até aí ok? Então, vamos que
vamos (rs). A ação: Passando pela catraca do ônibus, com um passe livre na
boca. Antes de mais nada, você já observou esta cena antes. Ou não?
Eu já inúmeras vezes! O que
pensei na hora? Pois é, aí está a reação provocada pela cena no receptor da
informação visual, no caso você.O que você sente ao ver essa cena?
Isso mesmo! O conto que você
precisa criar deve ter esse componente: Despertar uma reação no leitor. Bem, eu
achei nojento, pois tenho uma noção de higiene que me levou a pensar na
quantidade de bactérias recebidas pela passageira naquele ato.
Sim, porque, o passe livre é
sujo, uma vez que é manipulado por mãos sujas. Imagine quanta contaminação!E o
pior é que pessoas assim ficam enojadas quando um biscoito cai na mesa e elas
dizem que ‘’’não presta para comer, tá contaminado’’.
Como faria o conto? Bem
assim:
Em uma manhã de sol a pino, Maria
Luiza esperava o ônibus chegar. Atrasada como sempre, pois o despertador do
celular não tocou. Saiu apresada de casa, apenas tomou banho e um café.
Muita gente na parada, Sorte
que mora próximo, caso contrário chegaria tarde. Viu de longe o ônibus. As
pessoas ao redor já se acotovelando para subir.Sempre é assim. Salve-se quem
puder!
Entre um aperto aqui e ali,
ela sobe. Cadê o passe livre? Esqueceu de tirar da bolsa. Entre uma e outra
reclamação, ela tira e coloca na boca. Precisa fechar a bolsa. Medo de ser assaltada.
Caso ocorrido com a amiga na semana passada.
Uma passageira sentada na
primeira cadeira vê a cena. Certa repulsão sentiu. Estava sendo contaminada,
sem ao menos ter noção. Foi a reflexão da dona Júlia.
Maria Luiza, logo que passou
pela catraca, viu a cara torcida da passageira e na mesma hora se lembrou que
deve ter sido pela sua atitude. Não tinha o hábito de colocar nada na boca.
Logo ela que criticava
quando via essa cena nos outros. Agora não dá para voltar atrás. Ela tira uma
garrafinha de álcool da bolsa e, discretamente, molha a mão no álcool e passa
na língua.
Pelo menos vai reduzir a
contaminação pela metade. Pensou. O ônibus chega. Ela desce e segue é preciso trabalhar.
A vida continua...
Ufaa! Tentei juntar todos os
componentes necessários para escrever um conto bem ‘’vapt-vup’’(rs)
Espero ter conseguido repassar
um pouco da minha técnica!
Bjs,
Alda