segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Só rindo mesmo...

Em mais um dia no hospital no qual trabalho, como terapeuta ocupacional, deparei-me com uma situação inusitada e engraçada. O fato, é que trabalhar em um grande hospital sempre proporciona  oportunidades de conhecer pacientes em seu adoecer, que não deixam de trazer arraigados suas culturas e costumes.

Amo trabalhar nesta área hospitalar. Aprendo muito e sei que a cada atividade terapêutica, planejada ou não para os pacientes, construo e desconstruo mitos e verdades sobre a doença e o adoecer.

Sabe quando você pára e em um rápido momento e pensa: ‘’Como estou feliz por estar aqui. Aqui é o meu lugar?’’... Assim tenho a sensação todos os dias, quando chego diante de um paciente e ouço os ‘’seus desesperos emocionais’’.

Ao chegar, em um leito, havia uma paciente de 96 anos de idade de olhos fechados. Na hora falei para a sua acompanhante que depois voltaria, pois, ela estava dormindo. Ela prontamente abriu os olhos e começou a falar de seus ‘’problemas’’.

Todo terapeuta ocupacional deve ser um ‘’bom ouvinte’’ e um excelente observador se desejar ‘’ler as entrelinhas’’ de um relato feito por um paciente.

Desde o seu olhar até a sua forma de falar. Desde os seus gestos com as mãos, até o seu silêncio emblemático. Tudo deve ser analisado e processado para fazer parte de uma anamnese.

A anamnese seria uma entrevista que devemos realizar colocando desde a história de vida do paciente (HDA), até a avaliação de disfunções, por exemplo, para podermos traçar um plano de tratamento.

Pois bem! A paciente estava internada com o diagnóstico de um AVC (acidente vascular cerebral), que, durante a avaliação terapêutica,  levava a crer que teria sido uma isquemia cerebral.

Apesar de não ter levantado do leito, ela movia braços e pernas, sem a observação de perdas de movimentos ou diminuição de força em um lado do corpo.

Espero que você esteja me entendendo, pois estou utilizando uma linguagem técnica, a mais acessível possível, para a sua compreensão.

Foi quando ela disse que havia virado ‘’uma flor’’ dias antes de ter sido internada. Eu como não entendi o sentido, ‘’uma flor’’,  questionei-a sobre o porquê daquela colocação, tendo como resposta: ’’Passei o dia inteiro no vaso sanitário’’... Rimos todas na enfermaria com ela.

E não parou por aí  não!!!Ela ainda disse: ’’Minha filha, o médico quando viu o meu exame de fezes disse se era meu aquele exame- Tenho oito  tipos de vermes- Eu respondi que era sim, para o doutor. E ele respondeu:’’A senhora tem um pantanal aí,dentro’’...’’Amei  este médico minha filha’’. E voltamos a rir todas novamente.

Terminei o meu dia rindo, cada vez que me lembrava desta paciente!!

Bjs,

Alda