sexta-feira, 25 de julho de 2014

Contos Indígenas Brasileiros - Parte II


Continuando ...

Havia ficado tão perfeito o tatu que Rairu resolveu usar resina para colá-lo. 

Uma resina feita de mel de abelha, com a intenção de seu desenho não desaparecer.

Porém, era preciso secar a resina. Foi quando Rairu resolveu colocá-lo pelo rabo dentro de um buraco. Só que o inesperado aconteceu e ele ficou preso no tatu devido à resina.

Não sabendo como sair dali, Rairu, que tinha poderes, resolveu dar vida ao desenho. E este, ao criar vida, levou Rairu para o fundo da terra. Ao chegar lá, constatou que havia muitas pessoas morando ali.

Eram pessoas de todo jeito: algumas eram bonitas, outras feias; algumas eram boas e outras eram más e preguiçosas.Vendo aquela cena , Rairu saiu correndo para contar a Karí que deveria já estar irritado com o seu sumiço.

Foi então que, ao chegar até Karú-Sakaibê,ele o castigou, batendo com um pedaço de pau.Com o propósito de defesa, Rairu contou o que havia visto.Prontamente, Karú pediu que ele descesse novamente ao buraco e contasse àquele povo as maravilhas da Terra.

Foi com uma pelota feita por Karí que, virando algodão e amarrada na cintura, que Rairu trouxe algumas pessoas à Terra.

Os primeiros a subirem foram os feios e os preguiçosos, já que imaginavam que iriam encontrar facilidade e nunca mais trabalhariam.

Logo após, vieram os bonitos e formosos, só que antes que todos subissem, a corda arrebentou e muitos caíram de volta ao buraco e permaneceram vivendo no fundo da terra.

Como eram muitos, Karú-Sakaibê teve uma ideia para diferenciá-los. Cada um seria um povo diferente, entre eles: Munduruku, Arara, Panamá, Kaiapó e entre outros. Foi aí que resolveu pintá-los de verde, amarelo, vermelho e outros de preto.

Só que aconteceu algo!Os feios e preguiçosos dormiram no momento que ele pintava e diferenciava cada tribo. Isso causou-lhe forte irritação, tendo-os transformados em:passarinhos, porco-do-mato, borboletas e outros bichos da floresta que agora habitariam a floresta.

E o final?Bom, ’’deixo dentro do buraco ’’(rs)...Ah, não vou estragar o belo mito deste grande autor Daniel Munduruku. Espero que vocês posam ter a oportunidade de ler este belo livro,Ok?

Vale à pena ler e conhecer os outros mitos!

Ah, em breve vou colocar umas fotos tiradas por uma amiga, Karina Menezes, que em Maio deste ano fez uma exposição fotográfica chamada: ’’Um olhar para o cotidiano dos povos Asurini e Arawetê- Indígenas Paraenses da Região do Xingu, que o Pará desconhece’’ que teve um olhar mais que especial  por este povo indígena, retratando-os em sua beleza indescritível. Cada foto, ‘’clama’’ por respeito, justiça e tradição. Um lindo trabalho que captou a alma deste povo.

Bjs,

Alda


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