Você é daquele
tipo que costuma esquecer onde deixou o celular várias vezes ao dia? E é
comum você já estar no carro e ter de voltar para casa para conferir se
fechou mesmo a porta ou se não deixou a tevê ligada?
Médicos neurologistas
garantem que esse tipo de situação é mais comum do que se pensa. A boa
notícia é que um “branco” na memória de vez em quando não quer dizer que você
tenha algum problema mais sério. “Se você está nervoso, distraído ou
estressado, sua atenção fica dispersa e é comum ter dificuldade de se lembrar
de algumas coisas.
O problema é quando esse quadro é repetitivo. Nesse caso,
é bom consultar um médico”, explica o médico neurologista e membro titular da
Academia Brasileira de Neurologia (Abneuro) Luiz Carlos Benthien.
Para fugir
desses lapsos, não há receita mágica, mas algumas dicas fazem diferença para
manter a memória afiada mesmo com o passar dos anos. A principal é estimular
a mente e se organizar. “Todos os dias, somos bombardeados por milhares de
informações, preocupações e exigências, então não é possível se lembrar de
tudo o que aconteceu no seu dia. Mas, quando você elege prioridades, foca no
que é relevante e mantém a atenção e a concentração direcionadas, fica muito
mais fácil não se esquecer do que era importante.”
Para ajudar nessa tarefa,
a Gazeta do Povo mostra oito recomendações que ajudam a estimular a memória:
1 - Bom humor
É comum que, em
um período de tristeza, nervosismo, angústia, desmotivação, luto, ansiedade,
depressão ou estresse, a pessoa tenha sua capacidade de atenção e
concentração diminuída, o que interfere diretamente na ativação da memória.
Por isso, mantenha o bom humor, fuja de situações que provocam estresse e
tire algum tempo do dia para descansar, fazer atividades prazerosas e se
divertir.
2 - Sem milagres
Basta uma busca
rápida na internet para ver uma lista de plantas e substâncias que prometem
melhorar a memória, como o ginkgo biloba. Segundo os especialistas, nada
disso tem comprovação científica. Siga apenas a prescrição médica. A
medicação para Alzheimer também não tem ação preventiva, não melhora a
memória de quem não tem a doença e causa efeitos colaterais nocivos a quem
não teve o problema diagnosticado.
3 - Exercícios
físicos
É comprovado:
quanto mais ativa uma pessoa é, menor a probabilidade de ter distúrbios de
memória. E os especialistas garantem que, além de ter uma atividade mental
produtiva, com muita leitura, por exemplo, é fundamental exercitar o corpo. O
ideal é fazer pelo menos 150 minutos de atividade física por semana: 50
minutos três dias da semana ou 30 minutos cinco dias da semana. Marque a
avaliação médica antes de começar, para determinar o exercício mais adequado
para sua idade e seu tipo físico.
4 - Descanso
Enquanto dormimos
o conhecimento é “sedimentado” no cérebro, por isso a fase de sono profundo é
essencial para lembrar aquilo que leu, ouviu ou sentiu durante o dia. Mas
vale uma ressalva: dormir bem não quer dizer dormir muito e mais vale a
qualidade (com uma noite tranquila, sem interrupções) que a quantidade de
sono. Cada pessoa precisa de um tempo diferente para descansar, mas acordar
cansado e ficar desconcentrado durante o dia são sinais de que se deve
procurar um médico.
5 - Agenda
Não adianta: se
você tem vários compromissos por dia, precisa se lembrar de várias senhas ao
mesmo tempo e não pode se atrasar para nada, não vai conseguir fugir da boa e
velha agenda para organizar sua rotina. Para quem é mais tradicional, pode
ser aquele modelo convencional, de papel. Para os mais modernos, manter uma
agenda no celular ou no computador também funciona. Algumas empresas oferecem
aplicativos de celular que também ajudam a organizar os horários durante o
dia.
6 - Concentração
Nossa capacidade
de lembrar está diretamente ligada à atenção que damos a elas. Se você não
consegue se concentrar na leitura de um livro ou sai apressado – e desatento
– de casa todos os dias, por exemplo, não vai memorizar essas ações e é
natural que termine de ler a obra e seja incapaz de resumir o enredo. Ou
chegue até o carro e não se lembre de ter fechado a porta de casa. Por isso,
comporte-se de maneira consciente e se concentre principalmente em detalhes
que possam ajudá-lo a se recordar das situações posteriormente.
7 - Rotina
Se você costuma
chegar em casa após um dia de trabalho ou estudo e jogar a bolsa para um
lado, os sapatos para o outro, deixar o celular em qualquer canto e depois
tem dificuldades para se lembrar onde deixou suas coisas, não se preocupe:
seu problema é desorganização, e não falta de memória. Crie uma rotina e
comece a guardar tudo nos mesmos lugares, onde sempre poderá encontrá-los.
8 - Atividade
A ciência ainda
não provou que ler, jogar xadrez, fazer palavras cruzadas e ouvir música
ajudam a conservar a memória, mas não custa tirar alguns minutos por dia para
exercitar seu cérebro. Quanto mais você puder manter sua mente em atividade,
melhor. O ideal é optar por livros, jogos e músicas que lhe deem prazer, o
que aumenta as chances de o cérebro transformar essas informações em
registros.
Fontes: Luiz Carlos Benthien, médico neurologista, geriatra e gerontólogo e membro titular da Abneuro; e Viviane Flumignan Zétola, médica neurologista do Hospital Marcelino Champagnat e do Hospital de Clínicas (HC) da UFPR.
*Pesquisa para o Blog Diário das Gêmeas Paraenses:Vitória de Cássia
|